segunda-feira, dezembro 31, 2007

Yeah, girls, girls, girls, yeah, giiirrrrls...

E então entrei na internet à procura de lirismo. Para fechar o ano e para saciar meu coração. Quem sabe de onde vêm os sentimentos, afinal?

Mas o fato é que, longe dos meus livros, não cheguei muito longe nessa busca. Desisti, logo, da abordagem padrão, por assim dizer, e fui trocar versos por videos. Pós-moderno, né? (Não, não é nenhuma resolução para 2008).

E é claro que quando achei os videos que melhor expressariam meus desejos de lirismo, o seu "dono" virtual não permitiu a boa e já consagrada translação youtube-blogger. Vão os links abaixo. Coisa fina: Beach Boys sem os instrumentos, harmonia vocal de primeira qualidade nesse mundo "pop". Não deixem de ver.

Wouldn't It Be Nice

California Girls

God Only Knows

segunda-feira, dezembro 24, 2007

sexta-feira, dezembro 21, 2007

Botando lenha na fogueira, ou, encontrando um bode expiatório

O que constitui o saudável, meninos e meninas? Porque vai chegar um momento em que você está voltando bêbado(a) da balada de carona com um(a) amigo(a) e você vai deixar a patologia escapar em uma pequena frase, como num espirro, ou naquele arroto que vem de súbito (perdão pela analogia).

Também porque o tempo é capaz de fazer muito estrago e de soterrar muito bem os afetos menos (e mais) afetivos existentes. A não ser comigo. E é por isso que eu constituo o que o mundo contemporâneo norte-americano chama de loser, CQD.

O tempo somado às distâncias geográficas mais ainda. Estes fazem maravilhas quando em conjunto.

Mas enfim, morar no olho do furacão tem como vantagem permitir a contemplação do mesmo por vários ângulos, o que por sua vez permite comparar as reações, as defesas e as acusações dos suspeitos. E o tema são as patologias, não esqueçamos. Ou seja, o meio do furacão permite ao bom observador identificar as patologias. Às vezes nem tão bem as patologias, mas pelo menos os patológicos.

Patológicos tremei!

Pero no mucho. Sou um loser, lembram?

quarta-feira, dezembro 12, 2007

Pô tia, eu podia estar roubando por aí

"Em 1922 os maestrotes paulistanos inventaram o poema-piada; meio século depois, seus bisnetos criaram o poeta-piada."
(Bruno Tolentino)




Porque há no Orkut, essa malévola ferramenta do mundo genital, digo, digital, uma comunidade Leonard Cohen: Poeta ou Tosco?

E é bem assim. Os sentimentos afetivos são muito bem capazes de aliar o lirismo e a pieguice. Talvez na proporção direta do talento do artista. Talvez não, a julgar por Cohen.

Começamos anos atrás no lirismo, passamos para a decepção e depois para a tristeza. Só nos resta o brega, menina. Mais para mim, menos para você. E agora sim nas proporções diretas. Mas das nossas idiotices.

E a prova de tudo isso é que podiamos muito bem estar com a contraparte americana (e melhor, por Deus!, bem melhor). Enroscados no azul, em caminhos separados ou mesmo juntos até o fim; mas as coisas simplesmente não acontecem desse jeito.

domingo, dezembro 09, 2007

Visions of Johanna


Ain't it just like the night to play tricks when you're tryin' to be so quiet?
We sit here stranded, though we're all doin' our best to deny it

(Bob Dylan)

sábado, dezembro 08, 2007

Reasonable assumptions

The World Wide Weeee is an everlasting invitation to drift. Tokyo Fast and Furious style sometimes, derelict vessel most of them. And in the midst of all the enthropy and chaos contained here, I always end up bumping into you.

We believe in the lies that suits us best, of course. We create some kind of mental self-image that suits us best as well. But I digress...

I end up bumping into you. Some sort of bitterness follows. It always follows, but I still end up randomly bumping into you. Into you, the things you write, you do and you think. I try to understand you, really do. It is utterly useless.

You see? The only reasonable assumption to be made about you is that you're blind, that you're simply not able to see things straight. Obviously it is an unreasonable assumption, but one cannot make theories based on reasonable ones, the number of theories would be endless. Right, Uncle Milt?

But you can't see things the right way. Your whole set of values is corrupted. Leonardo da Vinci versus Picasso. Sometimes I feel that I ought to hit you until you're sight is fine, sometimes I feel that I must drown you in kindness. The result is this awkward stillness. This aprehension and silence. I miss you, anyway.

quarta-feira, dezembro 05, 2007

Six degrees of geekdom

Conhece o Galrond? Não? Erro crítico!


***

Enquanto desce do ônibus, Fernando aos dezenove lembra de Fernando aos treze: roupas pretas, cabelo comprido, aparelho nos dentes, heavy metal, Tolkien e gagueira em público. Já na rua, pensa em como a vida era melhor com roupas normais, dentes certinhos e cabelos curtos.

Entrando no prédio, dá de cara com as crianças do condomínio. Dois meninos e três meninas. Surpreende-se com a pergunta: "Qual é o seu nome?"

"Fernando," responde depois de chacoalhar da consciência a surpresa.

"Você não tem cara de Fernando," diz uma menina. "É! Você tem cara de Rodrigo," emenda outra. "Que nada! A cara dele é de Fernando mesmo!" responde a última.

"Sabe de uma coisa," finaliza um dos dois meninos, "ele tem cara é de quem joga RPG!"



***

Julio Lemos uma vez escreveu: "Quem nunca foi nerd que jogue o primeiro dado de vinte lados."

***

Outro dia em uma pizzaria, um amigo meu disse-me: "Cara você precisa ver o lugar aonde a gente tocou semana passada! No andar de cima era um lugar pra tocar e no de baixo uma loja de quadrinhos e RPG! Cara! Rock'n'roll e nerdice! Se eu tivesse conhecido esse lugar há mais tempo eu teria passado a minha adolescência inteira lá!"

"Vocês são as únicas duas coisas que eu respeito nesse mundo de quadrinhos e RPG," respondeu a namorada dele.


***

A grande pretensão do Vale do Silício é a secessão acompanhada da alcunha de Terra Média.


***

Manchete de jornal: Primeira passeata do orgulho nerd ocorrerá nesse domingo em um servidor de Second Life.

segunda-feira, novembro 26, 2007

Laugh and cry and cry and laugh

Sonhei com você. Encontrava-a em um lugar estranho, daqueles que não era para você estar lá. Mas te encontro, fico feliz e te dou um beijo estranho, seguido de um beijo menos estranho, como se para corrigir a estranheza do primeiro. Você continua bonita. Bonita e doce.

Conversa vai e vem. Você está noiva. Nada de surpreendente. Você está grávida da três meses. Muito de surpreendente. Noiva e grávida de três meses. Seria o meu subconsciente me dizendo para desistir de você? Ah é, eu não acredito nessas coisas. Obviamente, apenas horas depois me lembro que você não é do tipo que fica grávida para noivar, otherwise...

Colocaria tudo isso em versos se tivesse o talento. Os versos são mais apropriados para tais ocasiões oníricas.

Antigamente, ao invés das poucas Aves-Marias e dos poucos Pais-Nossos, os padres, como penitência, mandavam os fiéis carregarem pedras pelas vilas medievais. Os tempos mudam. Mas continuamos carregando pedras presas aos nossos tornozelos.

Enfim acordo, disposto a colocar uma pedra nesse assunto. Não faço nada, simples covardia. I never said that I was brave...

quinta-feira, novembro 22, 2007

Isso que é marketing

Nunca antes nessa vida um comercial de TV me convenceu tanto de jogar um MMORPG (Muito-Mano-Online-RPG) quanto esse comercial.

quarta-feira, novembro 14, 2007

File under brazilian idiosyncrasies

O pessoal tava reclamando que há muito não escrevia por essas paragens. Decidi então compartilhar com algo que encontrei pela internet. Leiam de pé e com a mão no peito.

The Ypiranga's placid banks heard
The resounding shouting of a heroic people.
And the sun of freedom, in bright rays,
Shone at this moment in the homeland's skies.
As the promise of this equality
Was secured by our strong arms,
In your bosom, O Freedom,
We are ready to die.

O beloved, idolized homeland, hail, hail!
Brazil, a vivid dream, a lively ray
Of love and hope settles on the earth,
As in your beautiful sky, smiling and limpid,
The image of the Southern Cross shines resplendent.
A giant by nature, you are beautiful,
Strong, an intrepid colossus,
And your future mirrors this grandeur.

O land we adore, among a thousand others
You are the beloved one.
You are the gentle mother of the sons of this land,
Beloved homeland, Brazil!

Eternally laid in a splendid cradle,
To the sound of the sea and the light from the depths of the sky,
Brazil, you gleam, fleuron of the Americas,
Illuminated by the sun of the New World.
Your smiling, lovely fields have more flowers
Than the most attractive land elsewhere,
Our forests have more life,
Our life in your bosom more love.

O beloved, idolized homeland, hail, hail!
Brazil, may you have as eternal symbol
The starry banner you display,
And may the green laurel of this pennant speak
Of peace in the future and glory in the past.
But if you raise a strong cudgel in the name of justice,
You will see that a son of yours does not run from a fight,
Nor does one who adores you fear death.

O land we adore, among a thousand others
You are the beloved one.
You are the gentle mother of the sons of this land,
Beloved homeland, Brazil!

quarta-feira, outubro 31, 2007

Só porque é halloween

Hoje, na primeira página da Folha (Falha) de S. Paulo, logo abaixo da manchete que não noticia nada de novo (a anti-manchete):

"Já vi discussões de 5 horas sobre um jogo e nunca vi ninguém discutir 5 horas sobre uma relação sexual. Pelo menos a emoção dura mais." (Paulo Coelho, imortal)

segunda-feira, outubro 29, 2007

It's all downhill after the first kiss

Ainda bem que há o Lou Reed, a BBC e o Youtube. O mundo depois do por do sol fica melhor com eles.

Mais do mesmo

Ontem, um padre me contou a seguinte piada.

Chegou em casa a criança, chorando, berrando: "Mãe, manhê, manhê!"

"O que foi meu filho?" perguntou a mãe.

"Os meninos na escola me chamaram de mafioso, manhê!"

"Não se preoucupe," respondeu a mãe com o carinho e compreensão que só elas têm, "amanhã a mamãe vai na escola e resolve isso."

"Tá bom, manhê. Mas faz parecer que foi um acidente, tá?"

quinta-feira, outubro 11, 2007

Porque hoje eu acordei querendo escrever pra Folha

Ocorre que no último sábado, enquanto perdia a oportunidade de conhecer o homem que cunhou a frase "Filme brasileiro bom é filme brasileiro morto", quanta ironia!, fui assistir Tropa de Elite (pega um, pega geral; eis um filme que já nasceu com jingle).

Ademais, passei alguns dias refletindo sobre assuntos desconexos e que não possuem relação nenhuma com a película e hoje me sinto apto a declarar minha opinião sobre a obra, que tem como protagonista o indefectível, incorruptível e inoxidável Capitão Nascimento (pega um, pega geral).

Primeiramente, o filme não é fascista, tampouco reacionário. Se o fosse, o traficante que é o bandido do filme (porque nos tempos modernos nem sempre o traficante é o bandido do filme) seria pagão, adoraria um vaso de ouro que creria ser deus na Terra e abrigaria no bunker localizado no subsolo de seu barraco Osama Bin Laden (que pega um, pega geral).

Mas eu não me identifico com essa organização que realiza tortura (e pega um, pega geral) e tampouco consigo quantificar as interpretações que tem o filme: basicamente porque não torturo pessoas (com exceção dos leitores desse blog) e não sei contar. Sei, contudo, porque o filme deixa a galerinha fula da vida e se você quiser saber me mande um email.

Oh well, o que eu realmente queria escrever era a nova idéia de pessoa-conceito que eu tive: Gilberto Dilmaroussefenstein (pega um, pega geral).

terça-feira, setembro 18, 2007

Variações sobre um mesmo tema

The scientific progress has gone boink

Lindsay Lohan é aconselhada a não pensar em sexo

C.Q.D.

Me pergunto se não é hora de Lindsay deixar a clínica de reabilitação e ir procurar a ajuda de especialista, tipo o Dr. Jairo Bouer.

sexta-feira, setembro 14, 2007

Oh não!

Putaqueopariu, o Pedro de Lara morreu.

Idéia de pessoa-conceito: Pedro de Lara Resende.

Para quem ainda não sabe, o conceito de pessoa conceito foi criado pela minha pessoa (não-conceito). Ele envolve a fusão de duas pessoas (reais ou imaginárias), assim como na série de quadrinhos Amalgam Comics, só que mais inusitado. Um outro exemplo de pessoa-conceito que me vem à mente é Rogerer K-Federerline, tenista, rapper e ex da Britney Spears. Dica: o legal é imaginar como seriam visualemente essas pessoas-conceito.

sexta-feira, setembro 07, 2007

Nonsense


Tyger! Tyger! burning bright

In the forests of the night,

What immortal hand or eye

Could frame thy fearful symmetry?



Achou sem sentido? Eu também.

Vai Brasil!

quinta-feira, agosto 16, 2007

30 anos sem o rei

Antes de todos, Elvis já havia feito tudo.

sábado, agosto 04, 2007

Frases

Porque promessa é dívida e a Mano Q. já está um pouco cansada de fazer os backing vocals em War! Huh!...

Mas o que eu queria dizer é que Nelson Rodrigues escreveu uma vez que "há um velho e obtuso preconceito, segundo o qual todas as frases querem dizer alguma coisa" e que eu concordo com ele. Por essa e outras escrevo:

"O herpes estragou meu biquinho de fotolog."

Que venham as comunidades no Orkut.

domingo, julho 15, 2007

Stop the war of civilizations

Um dia ainda acessarei o Uol e estará lá, logo de cara:

"Em video, Bin Laden dança a macarena e come um cheeseburger."

Porque afinal: War! Huh! What is it good for? Absolutely nothing!

quarta-feira, julho 11, 2007

Materalismo muito engraçadinho (um poema)

a Francisco Kencis

Caixa de CDs do Bob Dylan, você é a coisa mais bonita que eu vi até hoje na minha vida, inclusive o porquinho-da-índia que deram pro Manuel Bandeira quando ele tinha seis anos.

quinta-feira, julho 05, 2007

Minha canção do exílio não será saudosa

Lembro que há algumas semanas comentei com meu amigo Werther: "Acho que estou me viciando em Oreo." No que ele respondeu: "Oreo é bom."

E se não é a realidade que conspira contra minha pessoa, o Ministro da Saúde (muita saúva....) o faz. Justamente eu, que não consumo drogas (a não ser um pouco de B-52's às vezes) e que bebo pouco. E minha única relação com a FAPESP é a de bolsista. Meu colesterol está bom, ademais.

Aliás, o único problema de saúde ao qual a comida já me acometeu veio justamente de um prato de salada.

Roberto Campos dizia que o Brasil tinha três saídas: o liberalismo, o Galeão e Cumbica. O governo está conseguindo fechar todas.

quarta-feira, julho 04, 2007

Letras

E a semana que seguiu o falecimento do poeta foi estranha.

Sonho com K. da quarta para quinta. Um sonho feliz do qual se acorda triste, lembrança de algo que um dia foi e, como peço sinceramente ao bom Senhor, talvez um dia seja de novo. K. se liberta do consumismo. Eu não tenho como me libertar da ironia assim tão fácil.

E N. aparece como que do nada. Colisões na internet. Luto para tirar Leonard Cohen da minha cabeça sempre que ela aparece. I'd like to try to read her palm.

E M. Vejo algumas fotos de M. e seu sorriso me incomoda. Seus versos também. Sem falar de suas escolhas ultimamente.

Restam o luto, a descrição que Joel faz do fio da navalha e o sentimento - péssimo sentimento - de que a realidade conspira contra minha pessoa.

quarta-feira, junho 27, 2007

Notícia

Luto e desolação. Bruno Tolentino faleceu hoje e a menina ao meu lado, aqui nos computadores da biblioteca, pesquisa em uma loja online de maquiagem.

quarta-feira, junho 20, 2007

Big brothers

"Quando você fizer vinte anos, reencontrar aquela menina colega de escola da quarta série e descobrir que ela virou modelo, você vai entrar em crise. Vem falar comigo."

Eu sou uma pessoa pior porque demorei para encontrar meus irmãos mais velhos. Não aqueles irmãos mais velhos do tipo "sangue do seu sangue", e tampouco aqueles do tipo "vou te ajudar jovenzinho carente, nós jogaremos basquete e xadrez e eu te darei um prato de comida no fim do dia"; mas aqueles do tipo "fica de boa que eu te educo". Enfim, um deles, o Martim, montou um blog, ou algo que o valha. Acesse por aqui e se torne uma pessoa melhor.

domingo, junho 17, 2007

Pequenos pedaços da verdade

Há pessoas de verdade e pessoas de mentira.

E tenho dito.

terça-feira, junho 12, 2007

Confissões

Tenho andado meio de saco cheio da realidade. Vou procurar umas receitas de baiacu na internet e ver o que acontece.

sábado, junho 09, 2007

Aquela música do Lobão

Preocupa-me a situação da elegância nesses tempos modernos. A elegância, como bem sabemos, é o que separa o Partenon desses prédios com motivos clássicos nos arredores da Cidade Jardim, o progressivo do Pink Floyd do progressivo do Yes e a demonstração da security market line ( E(ri)=rf-beta(i)*[E(rm)-rf)] ) via CAPM da demonstração via teoria de precificação por arbitragem (alguem? não? Ok).

No entanto, a elegância não é a simetria obcessiva-compulsiva. Ela tem lugar em certos desarranjos e em detalhes assimétricos. Há mais arte na disposição de tranqueiras na jaqueta do punk que se pode imaginar. Pelo menos na do bom punk (o bom punk é o bom selvagem da modernidade, provavelmente não).

Porque, afinal de contas, a proporção áurea tem seu quê de estranho, mas ainda assim funciona. É um prato cheio para paranóicos. Assim como a modernidade.

quinta-feira, junho 07, 2007

Goldberg Variations

E para que conste nos autos: Bach acabou de acalmar minha alma. I wonder why.

Frases

"As nove palavras mais tenebrosas da língua inglesa são: eu sou do governo e estou aqui para ajudar." (Ronald Reagan, ator de segunda, frasista de primeira)

"As nove palavras mais tenebrosas da língua inglesa são: dos mesmos criadores de Sex & The City" (Luiz Felipe Amaral, autor que não aposta na habilidade de seus leitores em saber contar)

quarta-feira, junho 06, 2007

Tip of the day

Hoje acordei, como costumam dizer meus amigos, "amável". Realmente amável, by the way, tudo que há de pior no ser humano. Quando amanheço desse jeito, ou melhor, nessa intensidade de amabilidade, não são os outros o alvo da minha (implacável?) bile, mas eu mesmo. E essa é a dica preciosa de hoje.

Mas o que é realmente interessante nesses dias (mentira) é como começam, meio que deslocados. Como se a realidade tivesse girado alguns graus no sentido anti-horário (porque giros no sentido horário não abalam a percepção, ao menos não desse jeito).

E a terapia é estranha. A cura é aleatória. No entanto, nunca é completa. Deve-se esperar o dia passar. Mas normalmente música esquisita, Henry Miller e o nono mandamento pedindo para ser quebrado, sentado aqui do meu lado no computador da bibioteca, costumam servir de paliativos.

terça-feira, junho 05, 2007

Pouca saúde, muita saúva....

A solução para o Brasil não existe (espanto!). Mas tampouco existia para a França e ainda assim conseguiram os franceses se redimir:


Ela é Alizée. Por favor poupem-me de piadas envolvendo a moça e a natural sucetibilidade francesa aos ataques-relâmpago (blitzkrieg). Fica a menina de exemplo para o país de Pelé, Robinho e Mário Ferreira do Santos (lateral esquerdo do glorioso alvinegro praiano nos idos de 1950; não confundir com Mário Ferreira dos Santos, filósofo).

domingo, junho 03, 2007

Os problemas da modernidade


E eis que Lindsay (tratada nesse blog em vista de sua amizade com Paris) começa seu tratamento com a galera torcendo contra. A modernidade é assim: como todos têm problemas, uns não querem que os outros resolvam os seus. Principalmente se os outros forem famosas, ricas e gostosas.

Recuso-me a ser assim. Lindsay, meus melhores pensamentos estão com você. E com a Britney também. Contem comigo.

segunda-feira, maio 28, 2007

É sério

Só eu percebo quão óbvio (e estúpido) é tudo isso?

No fim dos tempos estarão todos chorando e eu a gritar "Eu disse, eu disse!" Logo antes de ser morto por um dos cavaleiros do apocalipse que dizem Ni.

domingo, maio 20, 2007

You don't need a weather man to know which way the wind blows


Já tenho o Ray-Ban e já tenho a gaita. As placas eu consigo fazer em casa. Agora só me falta o talento.

quinta-feira, maio 17, 2007

Meus heróis

Um homem precisa de pessoas em quem se espelhar. Precisa de exemplos de moral. Precisa de alguém que sirva de modelo em momentos de dúvida e em dilemas.

Por todos esses nobres motivos listo abaixo meus heróis. Um conjunto de homens que se todos considerassem modelo o mundo seria bem melhor.






1) Platão e Aristóteles - Eles, juntamente com Sócrates, provocaram o maior salto presenciado pela inteligência humana.



2) Horácio, Primeiro Visconde Nelson, Vice-Almirante - Horácio Nelson é um dos maiores estrategistas navais da História. Talvez o maior. Pelas suas revolucionárias manobras, pelo seu chapéu barato-total e por ter chutado a bunda dos franceses, Nelson merece um lugar nessa lista.


3) Adam Smith - O economista original.



4) Winston Churchill - "No capitalismo, o homem é explorado pelo homem; no comunismo ocorre o contrário."


5) Machado de Assis - Ousou ser inteligente no Brasil. Acabou abrindo o caminho para muitos outros (tal que muitos é igual a 3).




6) Milton Friedman - O maior economista do século XX. Defensor das liberdades individuais e do livre-mercado. Não só ganhou um Nobel, como também ensinou gerações de ganhadores do Nobel.


7) Elvis Presley - Antes de todos, Elvis já havia feito tudo.



8) Bob Dylan - Bob Dylan.


9) Ferris Bueller - Fez tudo aquilo e ainda vivia nos anos 80.




10) Cláudio Haddad - Inteligente, Ph. D., bilionário e simpático.




11) Obi-Wan Kenobi - Dominava o Código Jedi.



12) Batman - He is the fucking Batman.

quarta-feira, maio 02, 2007

It's only rock'n'roll

Is it? Porque se eu bem me lembro da discussão, a conclusão é que o rock tem sim Sympathy for the Devil, mas tem também, e com a mesma banda, Shine a Light. É uma questão de escolha (quem diria?!).

E tudo isso tem a ver comigo como ser vivo nesse exato momento. Porque se por um lado meu estômago se uniu com meu cérebro em Sympathy; minha alma, por outro, se impulsiona em direção a Shine a Light. E você?

E você?

sábado, abril 28, 2007

Tragédia e Farsa



(19/03/2005)



(28/04/2007)

sábado, abril 21, 2007

Tostines (sabor metafísica)

Tentei uma vez. Tentei de novo. Não rolou. Peço desculpas.

Porque tem uma galerinha que passa pelo mundo como que saltitando. Seja saltitando mesmo, seja enchendo a cara, ou estourando o cartão de crédito, ou feeling sorry for themselves nas linhas dos blogs e nos divãs dos analistas. Diminuem porque não percebem as coisas grandes ou não percebem as coisas grandes porque vêm diminuindo?

Não sei. Resta Auden.

Atlantis

Being set on the idea
Of getting to Atlantis,
You have discovered of course
Only the Ship of Fools is
Making the voyage this year,
As gales of abnormal force
Are predicted, and that you
Must therefore be ready to
Behave absurdly enough
To pass for one of The Boys,
At least appearing to love
Hard liquor, horseplay and noise.

Should storms, as may well happen,
Drive you to anchor a week
In some old harbour-city
Of Ionia, then speak
With her witty scholars, men
Who have proved there cannot be
Such a place as Atlantis:
Learn their logic, but notice
How its subtlety betrays
Their enormous simple grief;
Thus they shall teach you the ways
To doubt that you may believe.

If, later, you run aground
Among the headlands of Thrace,
Where with torches all night long
A naked barbaric race
Leaps frenziedly to the sound
Of conch and dissonant gong:
On that stony savage shore
Strip off your clothes and dance, for
Unless you are capable
Of forgetting completely
About Atlantis, you will
Never finish your journey.

Again, should you come to gay
Carthage or Corinth, take part
In their endless gaiety;
And if in some bar a tart,
As she strokes your hair, should say
"This is Atlantis, dearie,"
Listen with attentiveness
To her life-story: unless
You become acquainted now
With each refuge that tries to
Counterfeit Atlantis, how
Will you recognise the true?

Assuming you beach at last
Near Atlantis, and begin
That terrible trek inland
Through squalid woods and frozen
Thundras where all are soon lost;
If, forsaken then, you stand,
Dismissal everywhere,
Stone and now, silence and air,
O remember the great dead
And honour the fate you are,
Travelling and tormented,
Dialectic and bizarre.

Stagger onward rejoicing;
And even then if, perhaps
Having actually got
To the last col, you collapse
With all Atlantis shining
Below you yet you cannot
Descend, you should still be proud
Even to have been allowed
Just to peep at Atlantis
In a poetic vision:
Give thanks and lie down in peace,

Having seen your salvation.
All the little household gods
Have started crying, but say
Good-bye now, and put to sea.
Farewell, my dear, farewell: may
Hermes, master of the roads,
And the four dwarf Kabiri,
Protect and serve you always;
And may the Ancient of Days
Provide for all you must do
His invisible guidance,
Lifting up, dear, upon you
The light of His countenance.

(W. H. Auden)

sexta-feira, abril 20, 2007

Cretinices

Ibmec-SP, sala 212, hoje, 10:ooh.

PROFESSOR - Eu trouxe minha bola de basquete, a gente podia estreiar a quadra hoje à tarde.
ALUNO 1 - Boa idéia.
ALUNO 2 - Eu topo.
ALUNO 3 - Eu também, mas só jogo se o Professor XXXXXXXX jogar.
PROFESSOR - O XXXXXXXX não pode jogar. Ele vai fazer uma operação no coração.
ALUNA 1 - Ele tem coração?

quinta-feira, abril 12, 2007

"Por que niguém gosta de mim?"

O mundo ideal seria composto única e exclusivamente por autores reclusos, Pynchons e Salingers, todos a andar por aí dizendo: "Não encham o saco, deixem-me escrever livros."

Mas o mundo não é assim. Então aconselho: Do it yourself, screw it yourself. Just don't bother me with your self.

quinta-feira, abril 05, 2007

Amanhã é meu aniversário

Portanto eu posso baixar o nível:

"(...) pois o tempo leva consigo todas as coisas, e pode transformar o bem em mal e o mal em bem."
(Maquiavel, O Príncipe)


E no post anterior tinha lá algo sobre a esperança. E, sinceramente, eu tenho esperança. Um pouco pelo menos. E só o tempo para confirmá-la ou não. Acho.

Anyway, eu espero. Não é mesmo a paciência uma das virtudes que eu gosto de exercitar?

Filosofaremos na sombra, então

Preguiça, viu? Ontem eu tive que explicar para uma economista formada (ou quase) que só porque produtores não operam em intervalos de produtos marginais negativos, não quer dizer que tais intervalos não exitam (nevermind the economics). Seria algo como explicar que só porque médicos não fazem cirurgias em órgãos saudáveis não quer dizer que órgãos saudáveis não existam.

O mundo está meio burro. Mas hoje vai passar o último episódio de The O.C. e isso meio que me dá esperança. A esperança foi o que restou na Caixa de Pandora, contudo.

Esperança: misturando suco de laranja concentrado e gasolina (nas proporções corretas) pode-se produzir napalm.

E napalm será necessário. Necessário porque está cada vez mais difícil encontrar alguém que assista a um filme, leia um livro e entenda direitinho. Que pense além dos esquemas básicos. Ou que pense. Porque pensar diferente também não resolve nada (mais sobre isso um dia, talvez): "Eu resolvi o exercício de um jeito diferente. Mas deu errado" (a mesma economista).

Para terminar: se você tem a "sua" verdade, não tem o "meu" respeito.

sábado, março 31, 2007

Envelheça na cidade

Já passou da meia-noite e não consegui desejar meus parabéns ao Guiga. Malditos controladores de vôo, por assim dizer. Desejo-os por aqui, portanto.

Caro Guiga, muitas felicidades à você nessa queridíssima data. Você é demais. Mais muitos outros aniversários para você. Que sua esposa seja fértil e seu primeiro filho um varão. Que seus campos sejam abençoados por fartas colheitas.

quinta-feira, março 29, 2007

No use for a title

Porque os estímulos contraditórios deixam os cães, os homens e os virtuosos loucos. Como cão, homem ou virtuoso, segue que eles também me enlouquecem. What goes on in your mind, my dear? Basta uma palavra para descrever o conjunto de suas crenças, escritas e ações: inconsistência. Mas qualquer conclusão é válida a partir de um cunjunto inconsistente de premissas.

Então eu espero. No longo-prazo ("t -->+00"), as coisas se acertam. Questão metodológica. E de fé.

sábado, março 24, 2007

Diagolando

- E a, Luiz? Vai no show do Roger Waters?
- Não vou não.
- Mas por que?
- Tenho mais de quinze e menos de quarenta anos.

domingo, março 18, 2007

Pois bem

"Eu queria, mas a gentileza faz mal à literatura. De gentileza em gentileza estamos destruindo tudo. Se ficarmos protegendo todas as senhoras que escrevem livros a literatura brasileira será, em cinquenta anos, uma biblioteca inteira de senhorinhas que escrevem sobre suas experiências sexuais.

Não peço mais nada dos críticos além da hombridade de dizer: “tia, por favor, não escreve “pau” que eu fico constrangido”". (Alexandre Soares Silva)

Eu tenho uma relação de amor e ódio com esses autores que escrevem o que eu gostaria de ter escrito, mas enfim. O único erro, contudo, é acreditar que em cinquenta anos ainda haverá literatura brasileira.

E se você levar a parte do "tia, por favor, não escreve "pau" que eu fico constrangido" muito (muito!) literalmente, é melhor fechar seu blog, ok?

"Você é goy mas é meu amigo"

Muitas coisas na cabeça, inclusive o judaísmo como cultura. Mas danem-se.

Todas as festas são mesquinhas e falsas, exceto os casamentos. Nos casamentos, até o austero pai da noiva perde a noção em algum momento e dança YMCA. Afinal, não precisa provar nada pra ninguém. E se você acha que no casamento se celebra os noivos, você é burrro. No casamento se celebra a civilização.

Aliás, falando em civilização, minha querida Julia, como eu, também a define, mesmo sem saber.

sexta-feira, março 16, 2007

Modernidade

Daí eu ouço uma música e penso em você e me vem uma preguiça. E fisofia moral também. E o Mito de Sísifo. Daí eu eu aperto ">>" e rezo para o shuffle me ajudar.

Queria que você também tivesse um botão ">>". E todas as outras coisas do mundo.

Continuando

Porque o aquecimento global é a nova estação do ano. Fica entre o verão e o outono. Sério. As pessoas ainda não perceberam, mas assim que o fizerem veremos todos uma nova configuração da vida humana quanto aos hábitos anuais dos homens (e mulheres!) humanos. Dos ursos também, com o agravante de terem eles que resolver o problema da duração do período em que hibernam.

Mas será outro mundo, isso sim. Pouco diferente desse em que vivemos, mas outro. Haverão comerciais de TV com a Gisele Bündchen, Daniela Sarahyba ou a Carla Perez mostrando a coleção verão-aquecimento global da C&A (não sei se vão ter o negão). Surgirão ditados bacanas do tipo "Amor de aquecimento global não sobe a serra". E se os astrônomos foram capazes de destituir Platão da sua condição de planeta por que não poderiam inventar o solstício de aquecimento global? E os trailers de filmes terminarão com uma tela escura e a frase "Global warming, 2008".

Meninas, preparem-se. Vocês terão que comprar todo um novo guarda-roupa.

quinta-feira, março 15, 2007

Mais uma

Porque a nova brincadeira do verão (e do outono e do aquecimento global, que virou uma das estações do ano, a estação surpresa) é pegar o cara de uma profissão e colocar em outra. E depois ver aonde esse exercício de imaginação te leva. Eu começo, vocês continuam.

Marcelo D2, literato:
- Primeiro livro: "À procura do parágrafo perfeito."

sexta-feira, março 09, 2007

Now I see

Isso aqui tá que nem os arquivos de Moscou, só que pior.

Providência, previdência, acaso, o caso

(Dos rascunhos do blog, há um mês)

Providência/acaso. Não escreveria se não o radio não tivesse, no caminho de volta, insistido em Ticket to Ride.

Previdência. O bom senso manda não escrever o me sai da cabeça.

O caso. O caso se resume em uma escolha léxica: godspeed, goodbye ou farewell? Lembrando, é claro, dos versos em Don't Think Twice It's Allright. Meus desejos mais sinceros ficam com godspeed.

quarta-feira, março 07, 2007

Lição de casa

Imaginem vocês aí o que o pessoal do Sex and the City faria com:

- Tristão e Isolda
- Dom Casmurro
- A Sociedade do Anel
- Harry Potter e a Pedra Filosofal
- O Poderoso Chefão
- Xuxa e os Doendes

Imagination

Se você estiver a fim de sacanagem, leia o que o Milo Manara fez com As Viagens de Gulliver. Quer o link? Toma.

Se você realmente quiser sacanagem, faça como eu: imagine o que os roteiristas de Sex and the City fariam com As Viagens de Gulliver.

"Kate Gulliver é uma colunista de sexo que entra numa viagem muito louca e acaba se metendo em grandes confusões. Ela visita a ilha dos homens pequenos. E a dos homens grandes. E uma cidade no céu cheia de invenções que ajudam as pessoas, que proporcionam prazer. E no fim, ela acaba numa cidade dominada por cavalos."

A chamada seria assim. Na Sessão da Tarde, ou na HBO, ou no canal pornográfico

domingo, março 04, 2007

"Respeita minha arte, mano!"

Tinha um colega de escola que era artista. Não desse jeito que vocês estão pensando, artista mesmo: tirava umas fotos, fazia umas montagens fotográficas e usava umas roupas estranhas. Lembro que uma vez ele explicava a um professor qual era seu processo de criação.

- Então eu escolho um fundo assim pra imagem. Se eu acho que tenho que dar uma pintada nele, eu pinto e tal. Daí eu coloco um objeto desses assim, mas aquele lado fica meio vazio então eu coloco uma coisa lá e faço uns ajustes.

- Mas porque você faz esses ajustes e coloca esse objeto e não aquele.

- Porque assim é mais bonito.

- Como você sabe que fica mais bonito?

- É... Na verdade eu não sei.

- Mas porque você monta o negócio assim, então?

- Porque eu quero.

Se você fosse muito inteligente, você não entendia a arte dele.

sábado, março 03, 2007

Salvarei o mundo com estas palavras

Ando pela realidade com um aborrecimento medonho. As coisas já aconteceram, já se repetiram como tragédia, já se repetiram como farsa e continuam a se repetir. Eu que já classifiquei a situação como uma cópia mal feita de um dos seriados do Aaron Spelling (nem ao menos dos bons, tipo Barrados no Baile; mas dos ruins, tipo Melrose Place), estou passando a acreditar que tendemos todos a algo ainda pior. A repetição tornar-nos-á um sketch (eufemismo) do Zorra Total. E o Wander Wildner nem tem música com alusões ao Zorra Total. Que isso sirva de aviso.

quarta-feira, fevereiro 21, 2007

Um pint de Guinness e meio de Old Speckled Hen

Deus está nos detalhes. O homem é feito à imagem de Deus. Completem vocês o silogismo. Saibam, ademais, que são nos pequenos detalhes que se entregam. Pequenas frases soltas, sorrisos meio que escondidos, variações nas escolhas das palavras; pequenezas, enfim.

Além disso, defino a civilização: civilização é quando chega o Natal e você leva seus filhos para o ballet, ver o Quebra-Nozes.

segunda-feira, fevereiro 19, 2007

Postulado

Leap of faith - faith = Free-fall

Remember Ittennaig

Não escrevo há quase uma semana e as primeiras palavras que transbordam da minha alma escorrem e entram no ralo dos rascunhos. Pensava sobre Adão, Eva, o direito e a economia.

Mas então as associações foram ocorrendo e então estava eu com Domenico De Masi na mente. Porque o mundo é dessas coisas. Quando menos se espera o Domenico De Masi aparece na sua cabeça e daí é melhor tomar uma cerveja.

Uma cerveja para tirar as preocupações da minha cabeça: aquelas concernentes ao Domenico De Masi e aquelas concernentes a você (não você, você!).

terça-feira, fevereiro 13, 2007

É ninivita!

O dia traz consigo novidades musicais. Das boas. Barbada! Uma são velhos conhecidos; outra, duas bandas do outro lado do Atlântico. Mas todas elas expressas na última flor do lácio.

Os Ninivitas. Demasiado religiosos para os pagãos e demasiado pagãos para os religiosos. Me tocou em especial a música "Desliga a TV", com os belos versos: " Pessoa pode tornar-te noutra pessoa/ A poesia portuguesa tem muita coisa boa/ Mas e que tal a prosa bíblica ou um salmo, meu irmão?/ O Saramago é bom mas não te dá a salvação." Ah é, a música termina no corinho: "Quem tem medo do Lobo Antunes, Lobo Antunes, Lobo Antunes."

Também da terrinha vêm as Velhas Glórias. Descritas simplesmente como "Sexo, Drogas e Roquenrole, mas sem as drogas e sem sexo pre-marital." Panque-roque, puro.

Por fim, temos a volta dos (Hey, hey, hey) Garotas Suecas. Quatro novas canções aqui. Não me confirmaram, mas creio que três das canções ("Acho que estou me tornando um zumbi", "Efervescente" e "Mademoiselle") sejam, respectivamente, bad trips de seus compositores. Não me alongarei nessa hipótese, contudo.

domingo, fevereiro 11, 2007

Anti-ácido

(Tirado dos rascunhos do blog).

Tem gente que não sai de casa sem guarda-chuva. É um hábito ponderado - boa escolha léxica, me diz minha consciência literária. Tem gente que não sai sem um livro. Tenho muita vontade de fazer isso, mas meus hábitos de leitura não são compatíveis com uma estratégia dessas. Aparentetemente, não consigo parar um texto no meio. Tenho que ler o capítulo até o fim, ou até alguma pausa ou algo que o valha. Tem também aqueles que não saem sem um terço no bolso ou um walkmen/MP3 player, gaita, bloco de anotações, o que quer que aplaque o tédio, a espera ou a alma. Eu, pessoalmente, estou considerando andar por aí sempre com anti-ácido no bolso. Enfrentar algumas pessoas, filas, comunidades do Orkut me provoca um certo rebuliço estomacal. E como estamos em um ótimo tempo para os donos de bar um pouco de anti-ácido pode vir muito bem a calhar.

Anti-ácido.

Ou um iô-iô. Ou os dois.

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

Leiam agora, concordem depois

Borat é o Jar Jar Binks que deu certo.

E tenho dito.

terça-feira, fevereiro 06, 2007

Uma década

Há dez anos, eu tinha dez anos a menos do que hoje. E também achava animal quando a Marvel matava/mandava para um universo paralelo todos os heróis e fundia o Professor Xavier com o Magneto. Tudo isso pra dizer que eu não tinha grande noção do que era Paulo Francis quando o próprio morreu. E por mais que hoje eu ainda não tenha grande conhecimento sobre sua carreira e obra, como não idolatrar um cara que canta o samba da reforma agrária?

Detalhe para Martim Vasques da Cunha aprontando na gravação.

domingo, fevereiro 04, 2007

Quero ver quem paga

Provo que Brasil e Civilização constituem incompatibilidade lógica. O método é a reductio ad absurdum (redução ao absurdo).

Supõe-se que o Brasil é civilizado. Sendo o Brasil civilizado, a final do Brasileirão tem um mega-evento no intervalo da metade do jogo. Os times vão para o vestiário e monta-se um palco bacanão no meio do Maracanã. Seguem-se os holofotes e lasers. Fogos de artifício também. Entra o artista, a música começa. A multidão no estádio canta o refrão em coro:

- Quando Deus te desenhou, ele tava namorando.

C.Q.D.

sexta-feira, fevereiro 02, 2007

Mostra a sua cara

Abaixo temos Glauro Marcos, jornalista, protestando (ou melhor, potrestando) em frente ao Consulado dos Estados Unidos da América, no Rio de Janeiro. Mês passado, no Massachusetts, o lutador amador Cristopher Antal foi a um programa de TV e insultou os brasileiros que vivem na região, rasgou a bandeira do Brasil e urinou sobre o símbolo nacional. Tal foi a atitude que provocou a ação de Glauro, que, como se observa, urinou numa garrafa e jogou o líquido (pips) em um brasão americano.



Meus parabéns, pois, a Glauro Marcos que prova o que na verdade todos já sabemos: que jornalistas brasileiros são tão estúpidos quanto lutadores amadores norte-americanos de sobrenome Antal. Antal, porra, ANTAL.

Mas o comentário que eu realmente queria fazer é o seguinte: brasileiro é tão tosquinho, mas tão tosquinho, que nem pra mijar na bandeira dos Estados Unidos. Tem que fazer numa garrafinha e jogar em cima de um brasão.

P.S.: If you are from the CIA/NSA/US Immigration and happen to read this, please notice that the text above criticizes the attitude taken by the brasilian journalist. Moreover, the author would like to stress that he has only the best feelings regarding America. Thank you very much.

quarta-feira, janeiro 31, 2007

Coisa de jenho

Weird Al Yanconvic - Bob

Socorram-me subi no ônibus em Marrocos.

terça-feira, janeiro 30, 2007

My next pet

Meu próximo animal de estimação será uma tataruga, tal qual o foi com Darwin. Seu nome será Humanidade.

Perguntas retóricas

Mona: (singing “Blowin' in the Wind” with Lisa) How many roads must a man walk down, before you can call him a man…?

Homer: (interrupts out of nowhere) Seven!

Lisa: No, Dad, it’s a rhetorical question.

Homer: (trying to think) Rhetorical, eh? Eight!

Lisa: Do you even know what “rhetorical” means?

Homer: Do I know what “rhetorical” means?

domingo, janeiro 28, 2007

Utilidade pública

Hello! ma baby
Hello! ma honey
Hello! ma ragtime gal
Send me a kiss by wire
Baby, ma heart's on fire!
If you refuse me
Honey, you'll lose me
Then you'll be left alone
Oh, baby, telephone
And tell me I'm your own!

sábado, janeiro 27, 2007

2 x 1

Fecho a semana com saldo positivo. Ao menos em uma perspectiva aceleracionista por expectativas.

Do melhor pro pior. Terminei a primeira temporada de Lost, é pior do que eu esperava. Senti-me levemente enganado. E dizem que piora daqui pra frente.

E O Poderoso Chefão, parte III é melhor que o esperado. Bem melhor, aliás. A despeito do Andy Garcia. E ele levantou uma mão, olhou para ela, disse: "De um lado a gente tem Pacino," olhou para a outra mão com desprezo e continuou "do outro, Garcia!" pronunciando o primeiro nome com força e o segundo com hilariante superioridade.

E por fim, a grande surpresa: Nineteen Eighty-Four, George Orwell. Muito, muito mesmo, melhor que o esperado. Achei, de início, que fosse simplesmente homem versus totalitarismo, mas é muito mais, pelo menos para quem sabe ler. A última parte em especial. Foi direto pra lista dos preferidos.

Esse post foi uma bosta, não pensem que não tenho consciência disso.

quinta-feira, janeiro 25, 2007

Leave the gun, take the cannoli

E todas as conclusões que não escreverei aqui. E nem estão salvas como rascunho.

E também muito na minha cabeça. Porque a verdade é objetiva, inobstante aquele trecho de Nineteen Eighty-Four em que se tortura uma pessoa até que ela acredite que quatro dedos são na verdade cinco. Na verdade?

Porque a verdade é objetiva e uma só. E prega peças, convenhamos. Se você acha que tal pessoa é louca, provavelmente a única alternativa que realmente está excluída é que vocês duas são pessoas sãs. "Sanity is a full-time job," como diria aquela banda dos meus quinze anos de idade, mas agora estou apenas enrolando.

E o papel que tem a intuição no processo de conhecimento.

E Paris, como não (link cedido por Mano)? E a modernidade, como sim?

E toda a filosofia moral que há nos quotes d'O Poderoso Chefão.

sábado, janeiro 20, 2007

Porque eu não sei quando parar

E daí o cara do post anterior vem conversar com você, trocar umas idéias. Discutir o capitalismo, os pobres, falar sobre o que está errado no mundo. Não se acanhe. Faça assim: (1) coloque o dedo no nariz; (2) mexa bastante; (3) pergunte: "Isso é bonito?"

O bacana responderá alguma coisa. Você pode continuar com: (a) "então exitem coisas bonitas e existem coisas feias," ou com (b) "então vou continuar cutucando meu nariz, beleza?"

Se o cara, insistente, prosseguir, um murro na cara, daqueles que se bem dados desfiguram. De-lho e pergunte "Isso foi certo ou errado?"

Perdão, não devia estar escrevendo essas coisas. São o vinho e o poker falando.

sexta-feira, janeiro 19, 2007

Não faço questão de ganhar...

Abaixo a lista dos países com os iPods mais caros (modelo Nano de 2 GB):

1. Brasil 327,71
2. Índia 222,27
3. Suécia 213,03
4. Dinamarca 208,25
5. Bélgica 205,81
6. França 205,80
7. Finlândia 205,80
8. Irlanda 205,79
9. Reino Unido 195,04
10. Áustria 192,86
11. Holanda 192,86
12. Espanha 192,86
13. Itália 192,86
14. Alemanha 192,46
15. China 179,84
16. Coréia do Sul 176,17
17. Suíça 175,59
18. Nova Zelândia 172,53
19. Austrália 172,36
20. Taiwan 164,88
21. Cingapura 161,25
22. México 154,46
23. EUA 149,00
24. Japão 147,63
25. Hong Kong 147,35
26. Canadá 144,20
Fonte: CommSec, Apple

Mas você é politizado, tem opiniões desde os treze anos de idade e trabalha numa ONG desde os quinze, para devolver algo à sociedade. Você é contra a ALCA, por um Brasil melhor. No fundo você só não quer que os pobres tenham o mesmo iPod que você, seu elitista filho da puta.

quarta-feira, janeiro 17, 2007

Visions of Johanna




In the empty lot where the ladies play blindman's bluff with the key chain
And the all-night girls they whisper of escapades out on the "D" train
We can hear the night watchman click his flashlight
Ask himself if it's him or them that's really insane
(Bob Dylan)

terça-feira, janeiro 16, 2007

We learn to live and then we forgive



Quando eu me sinto especialmente feliz assisto a esse clipe. To keep things real. Hehehe.

Bob Dylan e Scarlett Johanson e Bound for Glory e carros dos anos 50 e vestidos mui graciosos e Ray-Bans modelo Wayfarer. When the deal goes down.

Mas preparai-vos: ainda descerei pela Highway '61. De Minneapolis a New Orleans.

domingo, janeiro 14, 2007

Whatever

Wishful thinking? Não quero acreditar no que me cheira ser a situação: falta de vontade ou então simples incapacidade intelectual. But, I am ,perhaps, being too harsh. Am I?

O fato é que Henry Miller continua sendo um dos meus autores preferidos. Ou melhor, a despeito dessa nova (que não é nova) configuração de mim mesmo, Henry Miller, conhecido pela minha pessoa depois da epifania (ha-ha), tornou-se um dos meus preferidos.

Mas me recuso a estar com a lata de lixo da filosofia. Me recuso, simplesmente.

E perguntar não ofende. Ofende sim, mas entre amigos estas coisas não ocorrem. Pergunte, ora.

sábado, janeiro 13, 2007

Haikai

Foucault?
Fuck out!
Morte da filosofia.

terça-feira, janeiro 09, 2007

Nishgit, nischgit, nisch-git, sei lá



Mais DEVO para a galerinha. Para acalmar os ânimos e em manifestação de apoio ao Youtube. Ok, confesso, manifestação de deprezo pelos homens cordiais. Ademais, reitero o post abaixo. Mais como resignação do que como convicção, mas os dias passam.

segunda-feira, janeiro 08, 2007

Eufemismo

Eu gosto de exercitar a paciência, gosto mesmo. Adiar deliberadamente alguma coisa parece acalmar os ânimos e aplacar os desejos. Também obriga a rever, reconsiderar os ânimos e desejos. Hábitos salutares.

Meu leitor heckler, de aspirações freudianas, diz que é simplesmente masoquismo. Eu não creio que o seja. Creio, no entanto, que haja um pouco de medo de descobrir certas coisas ou enfrentar certas situações. Em suma, para aqueles familiarizados com a nova taxonomia psicológica desenvolvida pela minha própria pessoa e baseada n'O Mágico de Oz, sou leão e não macaco-alado.

domingo, janeiro 07, 2007

Dica

Esta é sincera (como se as outras não o fossem). Cerque-se de pessoas mais inteligentes que você, faz bem à alma. E se não souber o que é certo e o que é errado, pense no que é bonito e no que é feio. A intersecção é grande.

Mas essa é só minha opinião, eu posso estar errado.

sábado, janeiro 06, 2007

Distanciamento é essencial

Ia dormir, esbarrei nisso aqui. Até mais.

Todos os textos que eu não publiquei

A obra de Adam Smith, relativamente ao seu impacto na história das idéias, é pequena. Sabe-se, inclusive, que Smith antes de sua morte queimou muitos manuscritos. Aliás, queimar manucritos antes da morte não era algo raro entre os pensadores destas épocas passadas. Havia uma preocupação séria por parte destes com o que eles legariam para a humanidade.

Esse blog não deve ser levado a sério. Eu não o levo. É quase que uma questão metodológica, mas ainda assim há textos que ficam no rascunho. E frequentemente completos. Imagino se os posterei um dia.

E o que há nos rascunhos deste blog? De tudo, até trechos interessantes de livros por aí:

"Os erros de interpretação não residem, pois, somente, do lado daqueles --os hedonistas e "boas-vidas" em perene procura do prazer, que se deixam arrastar, em galope desabrido, no dorso de um onagro selvagem -- mas do lado daqueles também que se recusam a pagar o preço da sublimação, ao montar no burro." (J. O. de Meira Penna, O Elogio do Burro, pp. 102)


Há mais sobre mim e meus erros nesse trecho do que imagina sua vã filosofia. Preste atenção.

terça-feira, janeiro 02, 2007