quinta-feira, maio 22, 2008

Desejos





"Eu queria ser o fantasma do Metropolitan." (Paulo Francis)

Paint it black

A página em branco é a maior ironia de todas. Que as páginas vazias fossem azuis, verdes ou pretas. Quanto ao branco, qualquer coisa que se assente nele é violação, distanciamento da plenitude. E eis o significado da escrita. Se há algo como um inconsciente coletivo dos escritores, devemos nos perguntar o que milênios de estupros de páginas em branco significam.

Tudo isso para não discutir, de novo, você, ou você, ou o que é civilização, ou paradeiros, ou o mais revolucionário de todos os sentimentos: querer o bem para os outros.

sexta-feira, maio 16, 2008

Vai por mim

O negócio do futuro é somatizar posições políticas, econômicas, sociais e ideológicas. Hoje estava eu zanzando por aí quando ouvi os berimbaus, palmas e percussões de uma roda de capoeira e, imediatamente, meu estômago começou a sentir um mal-estar.

domingo, maio 11, 2008

Crosstown traffic

E então na sexta-feira São Paulo teve o maior engarrafamento da história. Obviamente eu fui parte dele. E como essas coisas conseguem sempre ser piores para mim, eu tive a sorte de estar atrás do único motoqueiro da cidade que não estava passando pelo meio dos carros. E eu estou emocionado de ter participado de um evento histórico e blablabla.

domingo, maio 04, 2008

The next generation of the emotionally crippled

Mais um domingo musical. Ia escrever qualquer coisa sobre o The Jam mas não vou. Deixa-los-ei com um clipezinho e a letra de Running On The Spot.



I was hoping we'd make real progress -
But it seems we have lost the power
Any tiny step of advancement
Is like a raindrop falling into the ocean -
We're running on the spot - always have - always will?
We're just the next generation of the emotionally crippled.

Though we keep piling up the building blocks
The structure never seems to get any higher
Because we keep kicking out the foundations
And stand useless while our lives fall down.
I believe in life - and I believe in love
But the world in which I live in - keeps trying to prove me wrong.

Out in the pastures we call society
You can't see further than the bottom of your glass
Only young but easily shocked
You get all violent when the boat gets rocked

Just like sheep - little lambs into the slaughter
Don't fully grasp what exactly is wrong -
Truth is you never cared - still -
You get all violent when the boat gets rocked

Intelligence should be our first weapon
And stop reveling in rejection
And follow yourselves, not some ageing drain brain
Whose quite content to go on feeding you garbage
We're running on the spot - always have - always will?
We're just the next generation of the emotionally crippled.

sábado, maio 03, 2008

Já ia esquecendo

E há também uma espécie de Lei de Walras para garçons homossexuais.

Pela Lei de Walras, se em uma economia de N mercados N-1 mercados se encontram em equilíbrio, o N-ésimo mercado está também em equilíbrio.

Mas vejam só o que descobri hoje: se em um restaurante de N garçons N-1 são homossexuais, o N-ésimo garçom também é.

Creio, inclusive, que a demontração das duas leis é similar. Dêem-me tempo.


Retomando, o negócio que faz da arte uma coisa muito mais legal do que a toda a técnica envolvida na criação de móveis é aquele singelo momento em que transcendemos (nós e o artista) a limitação das nossas cabecinhas e, justamente por transcender, chegamos a um ponto comum, mais próximo da essência. Não há como não se sentir solitário junto com Hopper ou não se sentir apaixonado junto com Camões.

quinta-feira, maio 01, 2008

Grandes diálogos que não ocorrem

- É para eu te levar à sério?
- Não, é pra você me levar pra cama!