domingo, março 30, 2008

That groovy cover band

Pessoal, é óbvio que nada vai ganhar da literatura nos próximos milênios. Não da para filmar a ira de Aquiles melhor do que foi descrita por Homero, com ou sem Brad Pitt. E também não vai aparecer psicólogo melhor que Machado de Assis do mesmo jeito que não há música que inspire o niilismo do Thomas Bernhard. E por mais que o Alan Moore tente, a paranóia do Thomas Pynchon não é quadrinizável. É só ler "Fear and Loathing in Las Vegas" e depois ver o filme.

Mas adentrar (invadir, às vezes) a alma é coisa as outras artes fazem com facilidade espantosa. Federer jogando tênis. Sejam elas louvadas por isso.

Por que? Porque meu humor atômico é sucscetível a esses toques, seja Bach, Edward Hopper, Sofia Coppola (WTF?) ou Rolling Stones. Porque Martin Scorcese nos guarda uma surpresa para sexta-feira (espero eu). E porque um dia escreveram: "(...) a conclusão é que o rock tem sim Sympathy for the Devil, mas tem também, e com a mesma banda, Shine a Light."



"Exile On Main St." (1972) devia ser cobrado no vestibular.

sábado, março 15, 2008

Não sei

Sério. O único período em que um intelectual (essa palávra ainda é utilizável?) podia se meter ativamente na política sem perder o respeito foi no século de Péricles. E olha que nem tanto, viu...

Tudo isso porque eu vi uma comunidade do Orkut em homenagem a um sociólogo, psicólogo e político suéco/polonês/hungaro/anão/elfo/ewok/sei lá.

Não dá né gente... No máximo ministro da fazenda ou presidente do BC. Entendam: em circunstâncias que façam o intelectual se envolver temporariamente na política. Não da pra ser um pensador de bem e político. Não mesmo. Not at all. Já tá parecendo obcessivo? Porque pega mal. Então não façamos isso, OK? Sem essa de ser senador e lançar livrinho de poesia. Ou de ser governador e culpar a elite branca/preta/jedi/wookie.

Estamos combinados?

E eu não odeio o gerundismo. Acho feio, mas não odeio. No fundo eu odeio pessoas que não sabem reger verbos de forma apropriada (entenda-se correta). E tenho dito.

E está parecendo que eu fico vomitando uns parágrafos aqui no blog. Eu chamo de estilo.

E amanhã, ou depois, ou quando me der vontade, mostrarei (com fotos) porque sou contra a difusão da cultura e das artes no Brasil. Não vai ser interessante, então não aguardem.

quinta-feira, março 13, 2008

Temporary like Achilles


Standing on your window, honey,
Yes, I've been here before.
Feeling so harmless,
I'm looking at your second door.
How come you don't send me no regards?
You know I want your lovin',
Honey, why are you so hard?


Kneeling 'neath your ceiling,
Yes, I guess I'll be here for a while.
I'm tryin' to read your portrait, but,
I'm helpless, like a rich man's child.
How come you send someone out to have me barred?
You know I want your lovin',
Honey, why are you so hard?


Like a poor fool in his prime,
Yes, I know you can hear me walk,
But is your heart made out of stone, or is it lime,
Or is it just solid rock?


Well, I rush into your hallway,
Lean against your velvet door.
I watch upon your scorpion
Who crawls across your circus floor.
Just what do you think you have to guard?
You know I want your lovin',
Honey, but you're so hard.


Achilles is in your alleyway,
He don't want me here,
He does brag.
He's pointing to the sky
And he's hungry, like a man in drag.
How come you get someone like him to be your guard?
You know I want your lovin',
Honey, but you're so hard.


(Bob Dylan)

quarta-feira, março 12, 2008

Obama, can this really be the end?

Se eu fosse o Barack (não tinha um cara no Mortal Kombat II chamado Barack?) eu apostaria a minha campanha inteira na negritude. Inteira. Os jingles, por exemplo, seriam feitos pelo Isaac Hayes: "Whose the black presidential candidate whose a sex machine for all the chicks. Barack! Damn right!" E as contribuições de campanha, pela Oprah.

E que tal ter o Samuel L. Jackson fazendo comícios com ele? "That's it! I'm through with these motherfucking republicans on this motherfucking government!" Ou então, "When I was in the Jedi Council, I wish we had Barack with us."

E não precisa ser o Mace Windu sempre, se o público for mais inteligente serve o Sidney Poitier. E se for mais burro, o Wesley Snipes.

E é óbvio que os americanos estão preparados para um presidente negro. Alguém aí precisa ser lembrado de Um pobretão na Casa Branca? É um fantástico filme, o tagline é ótimo: The only thing white is the house.

Obama, você é o melhor candidato presidencial americano democrata e negro dessas eleições.

E em letras bem pequeninihas abaixo do título eu confesso que a idéia do mesmo foi carinhosamente roubada do Warren. Verifique, leitor.

sábado, março 08, 2008

Você acredita em coincidências?

Pode ser a paranóia, o Thomas Pynchon, os dois juntos, a simples verdade, uma hipótese de trabalho, uma hipótese simplificadora (as ciências econômicas são todas baseadas nessas hipóteses), algo auto-evidente, ou mesmo alto-auto-evidente.

Mas o que ocorre é que o shuffle do iTunes tem uma relação próxima com a providência.

sexta-feira, março 07, 2008

Autocrítica, altocrítica

"Atualmente ele só posta videos do Youtube."

É. Eu não tenho criatividade. Mas você não tem a minha mente brilhante.

Quem leva melhor? "A quem tocou a melhor parte, é o que nenhum de nós pode saber, exceto a divindade." (Apologia de Sócrates, Platão, biiatch!)

Beatlemania, beatlenoia...

Vejam só, os anos 80 não pouparam nem ex-Beatles. É verdade que o Paul era o candidato natural para ser afetado pelo zeitgeist, ou zeitsenso-de-estética (alguém aí manja de alemão?), da década perdida. Porque o John não chegou a passar pelos anos 80, o George depois de toda a besteirada indiana dos anos 60 adquiriu anticorpos e o Ringo, bem, o Ringo antecipou os anos 80 em duas décadas.



"Mas ele tá falando dos Beatles logo depois de assistir ao Bob Dylan ao vivo?"

Eu gosto de viver perigosamente.

E todas as mensagens subentendidas no vídeo.

segunda-feira, março 03, 2008

Nada

Sabe, eu tento evitar ler a coluna do João Pereira Coutinho pela internet. Prefiro sujar meus dedos no papel jornal. Não é nenhum arcaismo meu. É que quando eu leio na internet, chego ao fim do texto e está escrito lá embaixo, na página da Folha, "Texto anterior: Resumo das novelas."

João (posso chamar-lhe de João?), você merece coisa melhor.