quarta-feira, dezembro 28, 2005

Fato relevante

Eu não tomo lados em disputas pessoais. A não ser naquelas das quais eu participo, obviamente. Mas já me foi dada a oportunidade de tomar lados e eu não o fiz. Em duas ou três vezes. Continuarei agindo dessa forma. Saibam disso.

O silêncio

Há o silêncio. Você está lá, nada de especial. Mas há o silêncio. Eu acho que é medo, ou covardia, ou os dois. De qualquer forma, há o silêncio. Há porque, aparentemente, considero a angústia desse status quo mais confortável do que os possíveis resultados esperados de um eventual contato que eu tente.

Assim:

U(silêncio)>E[U(contato)]; onde
E[U(contato)]=p.U(contato: sucesso)+(1-p).U(contato: fracasso)

Nervertheless, é tudo muito triste. Eu me sinto mal.

quarta-feira, dezembro 21, 2005

Pensamento esparso

Deve ser mais impressão minha do que a verdade, mas a literatura brasileira (depois do romantismo) é algo como um grande concurso de beleza pra ver quem está mais próximo do "verdadeiro" Machado de Assis.

Todo autor tem dentro de sua cabeça seu próprio "Machado". E escreve para satisfazer esse "Machado".

domingo, dezembro 18, 2005

Salve o tricolor paulista

Veja só, não costumo escrever sobre religião, política ou futebol - são assuntos polêmicos e pouco objetivos - mas o bom Senhor fez muito bem em conceder ao São Paulo Futebol Clube o tricampeonato mundial de clubes em cima daqueles ingleses esnobes e imperialistas do Liverpool.

Piada fraca: Galvão mencionou durante o jogo que a torcida do Liverpool cantava. O que cantavam? I wanna hold your hand? Help?!

sexta-feira, dezembro 16, 2005

Confissão

Nos últimos dias, tenho passado muito do meu tempo jogando um jogo de video game. Sempre que isso acontece, tenho a impressão (provavelmente verdadeira) de que me imbecilizo, meu cérebro para de funcionar e eu me torno algo menor que um ser humano, algo primitivo, animalesco. Ainda bem que o jogo acaba. Seria um grande problema se não acabasse.

Ainda assim, vou continuar jogando. Quem sabe não mudo meu nome para LuIZ FeLipE GamE MasTeR?

quinta-feira, dezembro 15, 2005

A doce linguagem da internet

Há quem diga que o modo como as pessoas se expressam na internet é algo novo e revolucionário. Não é nada demais. Aliás, muitas vezes é estúpido. De qualquer forma, a linguagem escrita na internet tem duas tendências, respondendo exatamente a duas necessidades.

A primeira é primeira é a aproximação com a oralidade. Não é nada de novo, diversos autores, principalmente no modernismo, já fizeram isso. Essa aproximação surge com a necessidade das pessoas, cada vez mais habituadas à comunicação online, de se expressar melhor.

A segunda, mais importante, decorre da necessidade de se expressar mais rápido. Essa necessidade gera fenômenos como o -aum substituindo o -ão e a supressão das vogais de muitas palavras. Sobre esse segundo aspecto Olavo de Carvalho já observou, se bem me recordo, que em línguas islâmicas acontece algo semelhante, mas creio que seja por motivos diferentes. O importante, after all, é entender que essas segundas mudanças acontecem porque é mais fácil digitar "naum" ao invés de "não" e "eh" ao invés de "é".

Outro aspecto interessante é que como a línguagem é visual nomes e apelidos têm um "ganho" estético com algumas simples alterações ao se misturar letras minúsculas e maiúsculas ou letras de fontes diferentes.

Ainda assim existe um problema. As necessidades e desejos estéticos citados atrapalham e muito. Junto com a supressão das vogais, acontece a supressão da pontuação, o que torna diversos textos indecifráveis. Além disso, na tentativa de oralizar a escrita online muitas vezes se dá ênfase em sílabas erradas. Por exemplo, quando se quer dizer que algo é extremamente simples tonifica-se, oralmente, a primeira sílaba ("é muuuuiiiito simples"). Contudo, não é raro ler na internet algo como "gnt, issu eh muitooooooooooo facil".

Enfim, se você escreve "Kra, to na pressa, eh p/ chegar as 2 na facu", não existe grande problema, a não ser o uso de "facu" que, independente da ocasião e do meio, denota bobeira. Mas se você escreve "ae aki eh o BeAsT MoNGer mtoooo gataum pra kta as mina kralho", você é um idiota. Aliás, sem preconceitos, só por ter um apelido do tipo BeAsT MoNGer você é idiota. E, convenhamos, misturar minúsculas a maiúsculas além de ser feio é bem estúpido.

Claro, essa é apenas minha opinão, eu posso estar errado.

terça-feira, dezembro 13, 2005

Freako-book market

O pessoal do Freakonomics está preocupado com a concorrência que estão tendo no Brasil. Concorrência da Bruna Surfistinha.

segunda-feira, dezembro 12, 2005

Crazy world

Enquete na primeira página do Terra: "Você acha que torcedores como os hooligans devem ser proibidos de assistir jogos?"

Pode parecer estúpido, mas não é. Essa pergunta é similar àquela subjacente ao debate da proibição da venda de armas, a saber: "Você acha que os cidadãos devem ser proibidos de portar armas?"

As questões relevantes, não perguntadas, são, na verdade, simples: "Você acha que torcedores como hooligans devem ser proibidos de vandalizar propriedade pública?"; "Você acha que os cidadãos devem ser proibidos de utilizar quaisquer que sejam os meios para ferir, atentar contra vidas, ou coercer outros cidadãos?"

É óbvio, nos dois casos, que não. Mas esses tipos de perguntas só divergem dos reais problemas, e, por conseguinte, das suas soluções. No limite perguntar-se-á se a chuva deve ser probibida da cair só porque o governo é incapaz de construir ruas que sejam resistentes à água. Da mesma maneira que não consegue combater a violência e conter os hooligans.

segunda-feira, dezembro 05, 2005

Desista da vida quando (um guia prático):

1) Cometeu spam
2) Acampou na reitoria
3) Apelou para a maioria como argumento
4) Levou a sério este blog
5) Viu/leu/ouviu só para poder criticar
6) Preferiu Coca-Cola light

Obs: é uma lista incremental, mais por vir.
Obs2: As condições acima são todas suficientes; contudo, não necessárias.

Me desculpe, mas...

Essa história de criticar Decartes pela sua "linearidade" é desculpa de quem não tem saco pra estudar lógica formal. Sabe como é, esse negócio de não contradição, princípio do terceiro excluído é tudo tecnicidade, burocracia.

O que me impressiona é que esses críticos deixam maldita dúvida metódica impune. Duvido metodicamente da honestidade dessas pessoas.

sábado, dezembro 03, 2005

O longo prazo, ou, falhas do keynesianismo

Mortos, dois amigos se encontram no inferno. Cumprimentam-se e começam a conversar. Horas e horas se passam.

- Agora pra reunir a turma só falta chegar o Zé Luís. Será que ele morre logo?
- Ué, ele já morreu. Eu fui no enterro dele quando eu tava vivo.
- Sério? Mas então onde será que...
- Aquele traidor FILHO DA PUTA!

terça-feira, novembro 29, 2005

A cultura brasileira

(...) Um empresário brasileiro sem subsídio estatal se sente tão desamparado quanto um inglês sem guarda-chuva, um russo sem vodca ou um italiano sem mãe.

(The O.C.)

quinta-feira, novembro 24, 2005

Ficção

A Caros Amigos está com uma edição de trinta páginas sobre a "Direita Brasileira". Não li, mas adianto que ao menos 27 páginas devem formar um belo trabalho de imaginação.

domingo, novembro 20, 2005

Hipocrisia

Eu não assisto a The O. C., a série de TV (desse The O. C., eu até gosto), mas respeito sua posição na sociedade e sua onipresença estatítica no Orkut. Enfim, o que é relevente nesso caso são seus personagens.

O que mais me impressiona nessa situação em geral é o fato de o personagem mais querido da série ser o nerd e não o bombadão metido a rebelde. Procure pelo Orkut e observe a quantidade de comunidades do tipo "Quero namorar o nerd de The O. C.", "Quero que o nerd de The O. C. seja o pai dos meus filhos", "Quero tirar a virgindade do nerd de The O. C.".

Garotas, digo para vocês que existem nerds na vida real. Eles, geralmente não moram na California nem são netos de milionários (por mais que existam nerds desse tipo). Contudo, eles são identificáveis e, veja só, vocês podem namorar com eles - dado que as probabilidades deles estarem namorando são mínimas.

sexta-feira, novembro 18, 2005

Adendo

Piorando a situação, há o fato de minha hesitação nesses casos ser justificada. E ter seu motivo de ser comprovado.

Confesso

Com diversas pessoas, penso duas vezes antes de falar com elas. Pondero seriamente se o esforço é válido. É como se o benefício marginal de conversar com elas fosse decrescente e, no caso, negativo. Não devia ser assim.

Ademais, tenho grandes dificuldades em entender qual a proporção desse problema que a mim corresponde. É uma pena que, a meu ver, eu seja a única pessoa que ao menos pense nisso.

terça-feira, novembro 15, 2005

Continuando

O problema é muito bem retratado por uma situação vivida em sala de aula dos remotos tempos do meu terceiro colegial. Em uma matéria eletiva sobre economia, logo na primeira aula o professor perguntou sobre o que a economia tratava. A primeira resposta que apareceu foi algo do tipo "ah, é sobre o mercado de ações".

Essa visão é tão estúpida quanto achar que quadrinhos são apenas sobre super-heróis ou que direito é coisa pra quem quer ser advogado ou que na filosofia você pode "viajar", sem ter que seguir algumas regras da lógica na hora de pensar.

O próprio Becker, na introduação de The Economics of Human Behavior, já disse que a grande contribuição da economia está menos em ser uma ciência do que uma forma de raciocinar.

Não venha me encher o saco sobre o que eu estudo quando você nem entende o que eu estudo.

Amanhã volto a postar apocalipsidades.

Ignorância, simplesmente

Steven Levitt está na capa da Veja. Ele e seu livro já estiveram antes aqui, inclusive alguns trabalhos dele. A Veja também cita o Gary Becker e o Richard Posner. Eles também estão nos links, junto com o Freaknomics Blog.

O interessante é que a Veja, além de trivializar a Teoria dos Preços de Chicago, não mencionou nenhum outro economista da Universidade de Chicago. Nada de Friedman, Lucas, Fogel, Coase, Stigler....

A questão não está, propriamente, no uso inusitado que Becker, Posner e Levitt fazem da teoria do preço (principalmente na sua versão chicagueana). Mas sim no "poder" dessa teoria, a qual é aplicável a diversas situações, inclusive as inusitadas. E é aí que entram os economistas que a Veja não citou (todos da U. of C., aliás).

Se eu não fosse paranoico, não estaria achando que a Veja vem ler meu blog para ter idéias sobre matérias.

terça-feira, novembro 08, 2005

Crazier people

- Nossa, você escreve tão bem que eu nem consigo entender o que está escrito.

domingo, novembro 06, 2005

Mal ae

Boteco, sábado, duas da manhã:

AMIGO INOPORTUNO: Nah! Isso aí é dislexia.
NAMORADO: Dislexia é eufemismo pra burrice.
NAMORADA: Ei! Eu sou dislexica.

quinta-feira, novembro 03, 2005

Crazy people

- Taxar quem pode pagar mais? Como assim quem pode pagar mais? Quem está disposto a pagar mais?
- Não. Quem pode pagar mais.
- Disposto a pagar mais?
- Não. Quem tem condições de pagar mais.
- Ah! Quem pode pagar mais.

segunda-feira, outubro 31, 2005

Menino perspicaz

"Pensar é simplificar as coisas."

(Eduardo Giannetti)

Conhecidos meus pararam de pensar há tempos.

Ou, why do you have to go and make things so complicated?

sábado, outubro 29, 2005

Pergunte-se com frequência

"Have you ever had the feeling you've been cheated?"
(Johnny Rotten)

Para algumas pessoas, contudo, eu recomendo aquilo que chamo de versão aceleracionista da frase:

"Are you having the feeling you're being cheated?"

sexta-feira, outubro 28, 2005

"It ain't no use to sit and wonder why, babe
It don't matter, anyhow
An' it ain't no use to sit and wonder why, babe
If you don't know by now
When your rooster crows at the break of dawn
Look out your window and I'll be gone
You're the reason I'm trav'lin' on
Don't think twice, it's all right

It ain't no use in turnin' on your light, babe
That light I never knowed
An' it ain't no use in turnin' on your light, babe
I'm on the dark side of the road
Still I wish there was somethin' you would do or say
To try and make me change my mind and stay
We never did too much talkin' anyway
So don't think twice, it's all right

It ain't no use in callin' out my name, gal
Like you never did before
It ain't no use in callin' out my name, gal
I can't hear you any more
I'm a-thinkin' and a-wond'rin' all the way down the road
I once loved a woman, a child I'm told
I give her my heart but she wanted my soul
But don't think twice, it's all right

I'm walkin' down that long, lonesome road, babe
Where I'm bound, I can't tell
But goodbye's too good a word, gal
So I'll just say fare thee well
I ain't sayin' you treated me unkind
You could have done better but I don't mind
You just kinda wasted my precious time
But don't think twice, it's all right"
(Dylan, Don't think twice, it's all right)

quarta-feira, outubro 26, 2005

Vai ser gauche na vida

A atriz Fernanda Paes Leme, a Rosário da novela América, exibida pela TV Globo, assinou contrato com a revista Playboy nesta terça-feira.

A informação foi confirmada pela mãe da atriz, Maria do Carmo. "Ela não pediu autorização para a família. Nós apoiamos de imediato a decisão dela de posar nua. Claro, não é muito confortável. Somente o irmão dela, de 15 anos, que ainda não sabe do ensaio", contou, em conversa com o Terra.


Por incrível que pareça, existem situações piores que a minha. Certamente, esse cara vai ser estudo de caso em programa de mestrado em psicologia.

segunda-feira, outubro 24, 2005

Little bits of truth

"Those are the choices you have in life: married and bored; single and lonely. Ain't no hapiness nowhere."
(Chris Rock)

domingo, outubro 23, 2005

Zeitgeist o cacete

É mesquinho e estúpido e pequeno. Previsível, portanto.

Nada de surpreendente. Não foram os atenienses que condenaram Sócrates? Sem falar Naquele outro. Our Lord and Saviour.

quinta-feira, outubro 20, 2005

Repito

"Paranoids are not paranoid because they're paranoid, but because they keep putting themselves, fucking idiots, deliberately into paranoid situations."
(Pynchon, Gravity's Raibow)

domingo, outubro 16, 2005

Distinções óbvias, mas surpreendentemente necessárias

"O personagem de Federico Mayol é largamente baseado em meu pai. Quando ele o soube, tive de passar algumas horas com ele explicando a diferença entre a ficção e a realidade. No fim, acabou ficando feliz com esse fato."
(Enrique Vila-Matas, em uma entrevista na TV, transcrito mal e porcamente por defeitos em minha memória, peço desculpas)

quinta-feira, outubro 13, 2005

A young cowboy named Jules Smith grew restless on the farm...

O jovem cowboy Jules Smith preocupava-se com os índios. Foi até a cidade e comprou uma espingarda.

Passava suas tardes na varanda da casa, com a arma em mãos, observando cuidadosamente sua propriedade. Os índios ainda haveriam de chegar.

Foi morto com um tiro nas costas dado por sua mulher, disparado logo antes dela fugir e se casar com o irmão de Jules.

E-nostradamus

No futuro, meninas já nascerão com piercing no nariz.

terça-feira, outubro 11, 2005

Alforria

João estava no bar, tomando umas com seus amigos. Seu celular tocou, era Magda uma antiga companheira:

- Oi João! Tudo bom? Estou indo ao Cell-fish Club. Quero te ver. Apareça lá!

- Estou no bar com uns amigos. Você pode me encontrar aqui.

- Não. Eu vou para lá e está decidido. Ficarei muito chateada se você não aparecer - Disse Magda, desligando abruptamente.

João saiu do bar e foi até a casa noturna. Lá, deu dois tiros em Magda. Em seguida, foi comemorar sua recém conquistada liberdade com as prostitutas.

Exogeneidade forte

A capa da Superinteressante desse mês é essa:


Grande coisa. Já tinha escrito isso aqui. E aqui.

domingo, outubro 09, 2005

Coisas que diminuem o crime

- Aumento de prisões efetuadas.

- Aumento do policiamento.

- Declínio do uso de drogas.

- Legalização do aborto.

O resto não tem efeito significante.

Se você discordar, ganhe uma medalha Clark e venha discutir comigo. Necessariamente nessa ordem.

quinta-feira, outubro 06, 2005

Preste atenção

O problema, propriamente, não é a pessoa que fala as merdas. Mas o inexorável grupo de pessoas que concorda com as merdas ditas.

Passeie pelos blogs, entre em qualquer discussão com colegas. Perceba por você mesmo.

Lembre-se que quando finalmente for proclamada, a verdade o será em vão.

terça-feira, outubro 04, 2005

Interesting

"Você não escreve como fala", disse ele. "Parece ter algum medo de se revelar. Se um dia você se abrir e começar a dizer a verdade, vai ser uma Catarata do Niágara.(...)"
(Henry Miller, Sexus)

segunda-feira, outubro 03, 2005

Tá bom, mas não se irrite

E existem, e sempre existirão, as pessoas que gostam das coisas certas pelos motivos errados. Das coisas boas pelos motivos ruins.

Acham o livro bonito sem sequer o entender... Essas coisas.

Não darei exemplos. Não ofenderei pessoas. Por mais links que eu possa postar.

domingo, outubro 02, 2005

Tópicos em economia da informação

Uma característica central da economia da informação diz respeito às próprias características da informação. O custo de um uso extra da informação é zero, por exemplo. Além disso, um agente é incapaz de impedir que outro agente utilize informação. Nesses casos, essas duas características, consumo não-rival e não-excludente respectivamente, tornam a informação aquilo que é denominado de bem público puro.

Uma outra característica particular é o fato de que indivíduos não derivam utilidade da informação, mas sim a informação que altera as probabilidades subjetivas entendidas pelos agentes, alterando assim as escolhas.

De forma mais simples, a informação altera (melhora, normalmente) a percepção que os indivíduos têm da realidade, alterando as preferências.

Last but not least, existem questões de assimetria de informação. Enfatizo o not least, aliás. Mas, deixemos para outra ocasião.

Para o bem do meu ego

Adoro quando surgem situações nas quais algo que eu escrevi se comprova. Sinto-me superior por uns instantes, meu terapeuta disse que é ótimo pro meu ego.

Ainda hoje: tópicos em economia da informação.

sábado, outubro 01, 2005

À minha cara consciência

Faz tempo, não? Sinto muito que você tenha ido embora, eu gostava de você. Só escrevo pra dizer que tenho tentado mudar, fazer as coisas de um jeito diferente. Talvez seja tarde demais, mas eu acredito que ainda resta um pouco de esperança em você. É sério estou agindo diferente. Ficaria muito feliz se você voltasse.

terça-feira, setembro 27, 2005

Conspiração

Só pode ser conspiração. Coisa da CIA.

Ontem, Don Adams. Hoje mais um membro desconhecido da linhagem de W. Bush morreu: Ronald Golias. Que Deus o tenha.

segunda-feira, setembro 26, 2005

R.I.P.

Don Adams, o Agente 86, faleceu hoje. Adams deixa três ex-esposas e sete filhos legítimos. Além de um filho ilegítimo, George W. Bush.

sexta-feira, setembro 23, 2005

Inevitabilidade

Então, aos catorze anos, sua escola moderninha, ao invés de te ensinar a escrita e um pouco de lógica elementar, dedica precioso tempo a discussão (pois não existe verdade absoluta) e aos current affairs. Aos dezeseis, politizado como o demônio (Zé Dirceu), você disputa a eleição pro grêmio. Aos dezoito, você faz questão de assistir àquele filme polêmico "só para poder criticar". Aos vinte, escreve no seu blog, assassinando a última flor do lácio e em um argumento logicamente inconsistente, o que você pensa sobre o governo e suas propostas, sem ao menos gastar tempo para as compreender. Aos vinte e dois, discutindo, descobre que existem diversos outros historiados que não Hobsbawn.

Aos trinta e cinco, diz que não votou, quando na verdade votou, naquele político que acabou levando seu dinheiro.

Curiosidade

Um conjunto de proposições A é consistente se e somente se existe pelo menos uma atribuição de valores de verdade às sentenças básicas das sentenças de A segundo a qual todas as sentenças de A são verdadeiras. Caso contrário ele é inconsistente.

Ademais, pode-se provar que se A é inconsistente toda proposição é dedutível dele. Além disso, tudo é dedutível de A de maneira válida, portanto.

Em suma, qualquer conclusão é correta quando o conjunto de premissas não faz sentido. E isso ocorre mais de forma mais comum do que se pode esperar.

domingo, setembro 18, 2005

Evolucionismo e Criacionismo

Durante a turbulenta década que se seguiu à publicação de A Origem das Espécies, Darwin encontrou seu mais firme defensor em Thomas Henry Huxley, jovem biólogo que se educara lendo Carlyle, Goethe e Schelling e estudara ciências (como o próprio Darwin) durante uma viagem de naturalistas no Pacífico que durou quatro anos. Em 1860, Huxley tinha 35 anos e era professor na Escola de Minas. Numa concorrida reunião da Sociedade Zoológica da Associação Britânica, em Oxford, Huxley ouviu a famosa pergunta zombeteira do bispo Wilberforce: "Gostaria de perguntar ao professor Huxley (...) se seus ancestrais macacos vêm do lado de seu avô ou de sua avó?".

(Roger Shattuck, Conhecimento Proibido)

sexta-feira, setembro 16, 2005

Isso aqui ô ô

Quem não tem Samuelson caça com Simonsen.

quarta-feira, setembro 14, 2005

O espírito do marketing

Hoje vi na televisão um comercial de um televisor de plasma. E, Deus meu, a imagem do televisor de plasma mostrada no comercial na minha televisão era tããão nítida, as cores eram tããão vivas.

terça-feira, setembro 13, 2005

Veja só

O pessoal do Olimpo está tirando com a minha cara. Sempre tirou, mas nesses dias estão mais descarados.

segunda-feira, setembro 12, 2005

O mal-estar da civilização

O fim do Império Romano, a Revolução Francesa, o governo Sarney.

O maior sintoma da decadência de uma civilização é o congelamento de preços.

domingo, setembro 11, 2005

Anote

A boa ironia é aquela que dificilmente se percebe. Bem aventurados aqueles que a produzem, principalmente porque raramente serão mantidos responsáveis por serem irônicos.

Em compensação, a má ironia é facilmente perceptível. Mal aventurados aqueles que a produzem, passam por uma situação bem ridicula.

A beleza dos argumentos simples e eficazes

"If an exchange between two parties is voluntary, it will not take place unless both believe they will benefit from it. Most economic fallacies derive from the neglect of this simple insight, from the tendency to assume that there is a fixed pie, that one party can gain only at the expense of another."
(Milton Friedman)

sexta-feira, setembro 09, 2005

Um brilhante futuro

Prego a extinção das sitcoms, dos noticiários, dos programas de videoclipes, dos jogos de futebol, dos filmes dublados. No novo mundo, a programação televisiva resumir-se-á a tênis feminino. Sendo preferenciais as partidas com tenistas russas. Garanto que a taxa de suicídios diminuirá.

Substituição intertemporal

Felicidade não tem preço. Pode até ser verdade. Mas boto minha mão no fogo e digo que felicidade de amanhã adiantada para hoje tem uma salgada taxa de desconto (d). Assim como felicidade de hoje poupada pra amanhã deve vir acompanhada com um prêmio. O primeiro é o dual do segundo, vice-e-versa.



Qualquer um que tenha concluído o ensino primário e possua mais de dois neurônios percebe que, pela expressão, a felicidade de amanhã adiantada para hoje é sempre menor. A escolha é pessoal. Mas se isso for somado à incapacidade de pensar antes de agir, os resultados são drásticos.

quarta-feira, setembro 07, 2005

Lá de cima, onde desce o rio de whisky

O Matanza tem seis anos de existência: quatro de birita e dois de trabalho
(...).
(Donida)

Fala sério. Não é possível que alguém ainda agüente ouvir rimar “amor” com
“dor”, “feliz” com “não sei o quê do meu nariz”(...).
(Jimmy)

Isso é Matanza.

"Quando de noite me der vontade de me matar"

Then take me disappearin' through the smoke rings of my mind,
Down the foggy ruins of time, far past the frozen leaves,
The haunted, frightened trees, out to the windy beach,
Far from the twisted reach of crazy sorrow.

(Mr. Tambourine Man, Dylan)

Prevejo o fim do mundo. É a única explicação plausível.

segunda-feira, setembro 05, 2005

Segunda feira

Acordei pensando no fim do mundo. E nas surpresas que o fim da tarde revela.

domingo, setembro 04, 2005

A conclusão de ontem

"E Jesus dizia: Pai, perdoa-lhes; porque não sabem o que fazem."
(São Lucas, 23,34)

sábado, setembro 03, 2005

Delusions

Maria da Conceição Tavares, mais louca que antes. Deprimida e presa num mundo de wishful thinking.

Não é de se espantar. Afinal, um projeto de desenvolvimento econômico capitaneado pelo Estado é, no fim, um projeto de desenvolvimento econômico não-econômico. Coisa de quem faltou a primeira aula da faculdade pra ficar no bar bebendo, ou no C.A. discutindo política sem saber o que política é.

sexta-feira, setembro 02, 2005

Entenda

Perceber os erros dos outros não implica em me julgar acima desses outros ou então como alguém que não erre. Um erro muito maior, entretanto, seria admitir que todos erram e assim relativizar o fato de que são erros ou então tornar esse fato irrelevante. Enfim, é falacioso pensar "todos erram, portanto não devemos nos preocupar com erros."

quinta-feira, setembro 01, 2005

Hopeless

Eu passo a maioria dos meus dias observando todos os errros que aqueles ao me redor cometem. Alguns deles simplesmente insistem em cometer e cometer e cometer...

No resto dos dias fico observando a "realidade continuando a arruinar minha vida."

domingo, agosto 28, 2005

Hedonismo, Mason, Dixon e Paulo Prado

Pessoalmente, percebo o hedonismo em dois tipos de pessoas: as totalmente descerebradas e as "melancólicas".

Quanto as primeiras não imagino ser difícil a explicação para o fenômeno. A mente não consegue identificar qualquer outro sentimento maior, ou mais complexo, que o prazer. O prazer é primitivo, e por isso têm relevância para esse grupo. Não há alternativa.

Já a relação entre a melancolia e o hedonismo parece mais complexa. Mas não estranha, contudo. Mason & Dixon, os personagens, constituem uma boa analogia. Ainda assim, me parece uma relação diferente da primeira, na qual a ignorância leva ao hedonismo. Nesse caso, há uma "retro-alimentação", para não dizer um círculo vicioso, a melancolia é ao mesmo tempo causa e efeito do hedonismo. Causa porque o hedonismo é visto como saída para a melancolia. Efeito porque a melancolia aumenta com o hedonimsmo. O mecanismo é similar àquele que Paulo Prado decreveu em Retrato do Brasil. O hedonismo seria um sentimento tirânico.

Esse segundo grupo realmente me preocupa.

Faz sentido

E então meu amigo Bretton me explicou porque a economia nunca será uma ciência exata.

"Cara, pensa só! Metade dos consumidores do mundo são mulheres!"

sábado, agosto 27, 2005

Post abortado

Não escreverei o que quero. Para tornar o que passa pela minha cabeça minimamente intelígivel, o texto deveria ser de uma explicidade com a qual não estou disposto compactuar. Minúcias prometeicas.

quinta-feira, agosto 25, 2005

Montando a armadilha

Francisco Arounet entrava na biblioteca quando avistou debruçada sobre uma mesa sua colega Mariana, muito concentrada. Decidiu a saudar.

- Oi Mari, tudo bom?

- Oioi. O que você tá fazendo aqui, nas férias?

- Estou trabalhando como assessor de pesquisa para o professor Assis. E, por acaso o que você está fazendo aqui, que nem aluna da universidade é?

- Estava procurando uma frase de Shakespeare. Achei há pouco. Veja só: "Se tiver que ser agora, não está para vir; se não estiver para vir, será agora; e se não for agora, mesmo assim virá. O estar pronto é tudo: se ninguém conhece aquilo que aqui deixa, que importa deixá-lo um pouco antes?"

- Interassante - Francisco respondeu.

- Gosto dessa frase - disse Mariana. Pretendo usá-la em diversas situações. Sempre em tom irônico. Por isso vim pesquisar.

- Porque afinal, o estar pronto é tudo.

- Sim. Bem... Preciso ir, tchau-tchau.

Mariana devolveu os livros e saiu da biblioteca. Francisco, sorrindo levemente, foi fazer suas consultas.

Mas antes, uma mensagem dos nossos patrocinadores

É freqüente, entre os brasileiros (...), a facilidade com que se alimentam,
ao mesmo tempo, de doutrinas dos mais variados matizes e com que sustentam,
simultaneamente, as convicções mais díspares. Basta que tais doutrinas e
convicções se possam impor à imaginação por uma roupagem vistosa: palavras
bonitas ou argumentos sedutores.


(Sérgio Buarque de Holanda, Raízes do Brasil, "Novos Tempos")

Não se apeguem muito à parte dos brasileiros. Entendam como uma constatação mais universal.

Exatamente

Meu amigo Tomaz Paoliello uma vez escreveu que a ironia é uma das formas mais refinadas de crítica. Concordo.

Digo, em adição, que a ironia é aquela piada que só quem fez entendeu a graça. Ao contrário da história, ela primeiro acontece como farsa e só depois como tragédia.

quarta-feira, agosto 24, 2005

De novo os dois irmãos

Olhem . Muito bom.

Gostei da relação liberalismo-prometeu, marxismo-epimeteu. Principalmente pelas conotações que ja dei para eles por aqui. É uma das mais belas alegorias que já vi. É impressionante como faz sentido.

Eu sei que você não entendeu. Não se preocupe.

Sinuca de bico

Gilbertinho recebeu seu teste relâmpago de física. O professor disse: "São só duas questões. A hora é nove e vinte e três, vou recolher as provas às nove e trinta e cinco."

Gilbertinho, nervoso com o tempo escasso, leu a primeira questão. Não entendeu nada. Pensou "essa deve ser a díficil". Foi para a segunda questão, leu o início do enunciado: "Com base nos resultados da primeira questão..."

Gilbertinho zerou a prova. No dia seguinte, pegou a arma de seu pai com o objetivo de matar o professor. Contudo, derrubou-a no chão. A arma disparou e atingiu seus escrotos. Gilbertinho morreu por perda de sangue.

terça-feira, agosto 23, 2005

And I heard as it were

E tem os dias em que posso jurar que, se me concentrar e prestar atenção, posso ouvir a verdade sendo proclamada em vão do alto dos telhados.

segunda-feira, agosto 22, 2005

Ele abençoou o sétimo dia e o consagrou

Eduardo se encontrava deitado no sofa assistindo à corrida de Fórmula-1. Entediado, obviamente. Permaneceu desse jeito por alguns instantes, quando respondeu ao toque do telefone:

- Alô, Edu? Tudo certo?

- Tudo certo sim.

- Então, nós estamos todos indo almoçar fora, você vem?

- Obrigado mas não. Meus domingos já são ruins o suficiente quando não tenho que conviver com pessoas.

Hoje é melhor sair da minha frente

Meu humor está em um estado ruim o suficiente a ponto de me tornar disposto a cometer a maior das indelicadezas: falar a verdade.

domingo, agosto 21, 2005

Basket case

Tem vezes que me arrependo de ter me arrependido de algo. Normalmente daquilo que os outros se ressentem na minha pessoa.

Juntamente, devo dizer que, via de regra, minhas primeiras impressões são muito acuradas.

Whatever

Conversando ontem, uma pessoa me disse que se assusta com um certo desprezo que tenho pelas pessoas, o qual se percebe por esse blog. Eu respondi que o considerava uma característica cativante da minha personalidade.

Mais sobre isso em posts vindouros. Ou não.

Fazer o que?

Com atraso declaro iniciado o segundo semestre. Que seja o ano. O primeiro semestre foi um embuste.

Se as coisas não voltarem ao normal vou ficar bem puto.

sábado, agosto 20, 2005

Invariância por translação

Eu escreveria um post dizendo como estou rancoroso e cético nos últimos dias mas não vou. Algo como uma mistura de falta de vontade com pouco apelo literário (essa foi boa).

Fico com isso aqui.

Digo também que as coisas não mudam, em média. É tudo um grande embuste. Macroeconomia keynesiana.

sexta-feira, agosto 19, 2005

Aula de inglês

- Have you ever talked to an austistic person?

- No, but sometimes I can swear I'm talking to one...

quinta-feira, agosto 18, 2005

Ranting

Pode ser apenas impressão minha, mas aparentemente o Prêmio Nobel da Paz é menos interessado a premiar pessoas que contribuíram para a paz do que beautiful people fazendo aquilo que os liberals gostam.

Não me surpreenderia se um dia o Michael Moore ganhasse o prêmio.

quarta-feira, agosto 17, 2005

Crise de indentidade

Um dia, a jovem Carolina acordou e ao se olhar no espelho, no auge da sua adolescência, descobriu-se em crise de identidade. Justamente ela. Um choque. Ainda se olhando no espelho, tentou recuperar sua identidade perdida, em meio a um sentimento estranho no estômago e uma já conhecida dor de cabeça. Lembrou de suas inúmeras amigas, de todos os garotos que a desejavam, de todas as garotas que a invejavam, lembrou de seu jeito diferente de se vestir, de suas idéias certamente corretas – ao contrário das dos seus pais. Tentou lembrar a quantidade de bebida que tomou na noite anterior, mas não conseguiu. Cansou-se de tudo isso e, no mesmo tom de rebeldia e auto-afirmação que há muito embalava sua adolescência, proclamou:

- Sou uma pessoa de identidade! Tenho um piercing no nariz!

domingo, agosto 14, 2005

Gimme gimme shock treatment

Ontem eu sonhei que o Copom reduziu a taxa de juros. A próxima reunião é essa semana, terça e quarta.

No fundo, eu não sei se coloco esse sonho junto com aqueles inverossímeis como, por exemplo, quando sonhei que estava no Vietnã e que o patrão do meu amigo era o Marcos Valério. Ou se gasto todo meu dinheiro tentando lucrar com essa "informação privilegiada".

Obviamente, o significado do sonho era sexo.

Night of the living blogs

É interessantíssimo como eles resurgem do nada.

quinta-feira, agosto 11, 2005

segunda-feira, agosto 08, 2005

Dismal science

O economista do comercial diz que 1 Piiii = 1 Real, mas pra isso funcionar deve existir uma taxa de juros positiva de tal forma que as possibilidades de arbitragem entre os Piiiis e Reais sejam nulas. Caso contrário, um Piiii não seria igual a um Real. Além disso, o pessoal da Intelig deve prestar atenção na taxa selic e nas expectativas de inflação para o Brasil. Obviamente, as taxas devem ser tais que compensem, ademais, o risco da Intelig e do Brasil. Isso sem falar na possibilidade de um ataque especulativo contra o Piii, cenário que também deve ser levada em consideração

domingo, agosto 07, 2005

A inexplicável infelicidade de Uatu

Tá certo que eu sou meio (meio?) perdedor, mas ainda assim não consigo deixar de passar meus dias sem contemplar as ironias da vida. Que, como dizem alguns, é foda.

Obviamente, é necessário estar num local, informacional ao menos, privilegiado para tanto. Ou seja, encarar os fatos a partir de um ângulo diferente, inusitado mesmo.

No fundo, é por essas e outras que eu não entendo como Uatu, o vígia é um cara mal humorado.

Analyze this

Hoje sonhei que tinha ganhado um cachorrinho. Era um labrador ou um golden-retriever. Ele gostava de mim, bricava comigo.

Semana passada sonhei que um amigo meu trabalhava numa livraria e seu chefe não era uma pessoa muito legal. Insistia em destratar meu amigo. Uma hora resolvi ver quem era esse chefe. Era o Marcos Valério.

Uma hora dessas eu tento escrever algo mais interessante.

sábado, agosto 06, 2005

Conservador de direita

Quando as pessoas não sabem mais o que pensar, deixam os grupos pensar por elas; quando não sabem mais como agir, agem como os grupos o fazem; quando não sabem mais no que acreditar, acreditam naquilo que os grupos mandam acreditar.

O próximo passo é o totalitarismo, a moda, os anti-depressivos.

Quando as pessoas não sabem mais confiar, não têm mais fé, a esperança acabou. Nada depois disso tem a mínima possibilidade de ser.

Minha obra não tem tônica e mal existe, mas eu bem que gostaria que fosse "a defesa da interioridade humana contra a tirania da autoridade coletiva". Como em The O.C.

sexta-feira, agosto 05, 2005

E tenho dito

Pensando nisso aqui, postulo:

A amizade é uma relação binária. De resto, é corporativismo. Algo bem pior.

C'est la vie

Existem aquelas pessoas das quais você gosta tanto que decide não se importar com seus piores erros. Quando você descobre essas características é uma decepção, mas ainda assim você não deixa de gostar dessas pessoas. Essas pessoas são especiais para você.

Por exemplo, outro dia vi Jerry Seinfeld no SNL torcendo com uma camisa dos Mets. Mas eu continuo gostando dele.

P.S.: Go Yankees!

quinta-feira, agosto 04, 2005

Contra o quanto, ele lavorava em firmes, pelo mais pensável, não descumpria de praxe nenhuma.

Frase do dia

"Vocês acham que ele foi pra Portugal porque era bonitnho? Porque era
carequinha? Porque morava em Belo Horizonte?"
(Roberto Jefferson)

quarta-feira, agosto 03, 2005

Por um mundo melhor

Cidadãos da internet, ajoelhem diante dessa idéia:

Uma rede como o Orkut, que se expande por convites dos membros, porém com uma ressalva. Para se cadastrar definitivamente o candidato deverá obter uma pontuação mínima num exame de etiqueta, linguística e QI.

Não se pode negar, é um belo nariz

Análise de regressão

A análise de regressão é uma ferramenta econométrica extremamente útil. Ela permite determinar a participação de cada variável explicativa na determinação de uma variável objetivo. Por exemplo, a análise de regressão permite aferir o quanto do preço de um apartamento é determinado pelo número de quartos e o quanto é determinado pela metragem do imóvel.

Assim como o coeficiente de assimetria, a análise de regressão, infelizemente, não é aplicável a relações interpessoais.

terça-feira, agosto 02, 2005

Epifania

E, de repente, você descobre que aquela música bem mais ou menos que embalou sua vida aos onze anos de idade tem mais a dizer sobre sua existência do que muito do que você ouve hoje.

Do you have the time to listen to me whine
About nothing and everything all at once
I am on oh those
Melodramatic fools
Neurotic to the bone no doubt about it

Sometimes i give myself the creeps
Sometimes my mind plays tricks on me
It all keeps adding up
I think I'm cracking up
Am I just paranoid?
I'm just stoned

I went to a shrink
To analyze my dreams
She says it's lack of sex that's bringing me down
I went to a whore
He said my live's a bore
And quit no whining cause it's bringing her down



E, obviamente, você, idiota como é, consegue apenas rir da ironia da situação.

domingo, julho 31, 2005

Pêndulo

Horas boas e horas ruins. De gratidão e felicidade e calma e serenidade. E de culpa e tristeza e arrependimento e desolação. Sinto falta da paranóia.

Pi

3,141592653589793...

That's great, it starts with an earthquake...

Vjs em Ação. Eu não sou teólogo nem nada, mas se esse programa não for um presságio do fim dos tempos eu não sei o que é.

Aliás, atualmente, sempre que vejo um programa de opinião na TV apresentado por um grupo de pessoas bacanas tenho vontade desligar a TV e ir ler um livro.

sábado, julho 30, 2005

Tédio

Tem um cubo mágico em cima da minha mesa, do lado do meu computador. Ele fica aí, parado. Depois de muito esforço e um bocado de pesquisa, foi resolvido.Obviamente, não mexo muito nele agora. Contudo, se virar todas as laterais duas voltas o cubo fica todo quadriculado. Nesses ultimos dias eu tenho feito isso com muita frequência. Imagino se exista algum motivo em especial.

Sem título

Não sei o que escrever.

quinta-feira, julho 28, 2005

Prometeu, acorrentado no penhasco

Antes da reunião, veio a águia comer meu fígado. Amanhã ela aparece de novo. O fígado se regenera. Depois de amanhã ela aparece de novo.

Sem título

Tive uma reunião hoje. Minha consciência se demitiu.
And my soul from out that shadow that lies floating on the floor
Shall be lifted - nevermore!

(Edgar Allan Poe)

Eu fabrico motocicletas (e faço merchandising)

Seus babacas! Leiam isso e chorem.

quarta-feira, julho 27, 2005

Enlightenment

De vez em quando, ocorre algo como o desvelamento da verdade. É uma espécie de iluminação, as peças do quebra-cabeça estão todas no lugar e então é possível depreender sentido da realidade. É um ótimo sentimento. Fico eufórico.

Tive um dia assim hoje.

terça-feira, julho 26, 2005

Don't take your guns to town

O problema não é, propriamente, aquilo que escrevo. É o que não escrevo.

Analogamente, não é o que não sei, mas o que sei.

segunda-feira, julho 25, 2005

Here we go again

A Marvel está preparando um evento bombástico nas revistas do Homem-Aranha.Um "evento que cruzará o núcleo dos três gibis do Aranha e promete mudar para sempre a vida de Peter Parker e de todos próximos a ele."

Da última vez realmente deu certo.

Reiterando

Esse mundo definitivamente não me merece.

A TV é a imagem da besta

Tem um reality show que consiste em vários caras se esforçando e competindo para ficar com uma mulher. Mas há um plot twist: a mina é um cara!

É interessante que existe algo como a versão feminina desse programa. Chama-se Joe Millionaire - eu, pessoalmente, não poderia imaginar nome melhor para um programa de TV. Ele consiste em 20 mulheres se esforçando e competindo para ficar com um milionário. A virada no roteiro: ele não é milionário!

E pra piorar as coisas...

Aquele sentimento familiar e desesperador de que há algo bem importante que não estou sabendo.

domingo, julho 24, 2005

Problema

The guilty undertaker sighs,
The lonesome organ grinder cries,
The silver saxophones say I should refuse you.
The cracked bells and washed-out horns
Blow into my face with scorn,
But it's not that way,
I wasn't born to lose you.
I want you, I want you,
I want you so bad,
Honey, I want you.

(Mais Bob Dylan, I want you)

Disclaimer

Nada a ver com isso aqui, o post abaixo.

Or is it?

Os segredos da máfia

E na calada da noita, ao som da Suíte Quebra-Nozes, seus agentes, como bruxas, subterraneamente agem, balisados na forma mais egoísta possível, para surpreender os justos e os exterminar, entregando-os a um sem fim de solidão, loucura, depressão e paranóia.

sábado, julho 23, 2005

Confissão

Esse mundo não me merece.

Paciência

Continuo pagando pra ver.

Of course, I could be wrong...

Mas eu tenho achado o mundo muito estranho ultimamente.

Causas e efeitos?

sexta-feira, julho 22, 2005

Síndrome do orkut

Pérola adorava odiar autores. Para ela era um tesãozinho. Quando seu primeiro livro foi massacrado pelos blogueiros da moda, parou de escrever.

Será a cerveja falando?

E existem, para eventualmente melhorar as coisas, aquelas pessoas que você raramente vê mas sempre que esses eventos ocorrem, você have a good time.

Muito obrigado aos dois.

quarta-feira, julho 20, 2005

Sex and the reich

Sempre que vejo aquelas cenas de Sex And The City com as mulheres almoçando, imagino reuniões da cúpula nazista com comentários de mesmo tom e piadinhas igualmente idiotas.

terça-feira, julho 19, 2005

Nonada.

Proposta

Doravante, sempre que sentir necessidade de tornar isso aqui um sítio cibrenético mais inteligente citarei um trecho aleatório de Grande Sertão: Veredas.

Preste atenção, pois estes trechos não serão indicados como do Grande Sertão: Veredas. Prêmio para quem descobrir se é ou não parte do livro. Premio dobrado para quem descobrir de qual parte do livro é.

Correlaçao ou causalidade?

Ultimamente, me divirto entrando no site da Livraria Cultura e verificando como os livros anti-americanos são sempre comprados por pessoas que também compraram o Código da Vinci.

segunda-feira, julho 18, 2005

Gnose

A Folha de S. Paulo precisa de mais páginas para explicar Chico Buarque do que Guimarães Rosa. Não ache que eu estou reclamando. Não consigo explicar nenhum dos dois.

Ela também explica O Dólar, A Moda, A Menopausa, A Magia e Os Clones. Entre outras coisas.

Disclaimer

Não leve ese blog a sério. Eu não levo.

domingo, julho 17, 2005

"Should I stay or should I go?"

Eu não sei. Tento ponderar as coisas, mas elas estão perfeitamente equilibradas... Talvez não.

Vou pagar pra ver.

sexta-feira, julho 15, 2005

Empacado

Ainda pensando em Prometeu, fico imaginando para quem ele dirigia sua ira. Se para a águia, ou Epimeteu, ou Pandora ou Zeus.

O meu Prometeu é pynchoniano, ele acredita que tanto a águia como Epimeteu como Pandora e Zeus são, no fundo, a mesma coisa.

"You may never get to touch the Master, but you can tickle his creatures."

(Thomas Pynchon, Gravity's Rainbow)

Inflexão adversativa

Prometeu era irmão de Epimeteu. Ele foi acorrentado ao penhasco porque havia roubado o fogo dos deuses e dado aos humanos, que até então não tinham atributos. Os humanos, por sua vez, não tinham atributos até então porque Epimeteu no momento de distribuir os atributos pelos seres vivos os deixou por último e, chegada a sua hora, não restavam mais atributos a distribuir.

Epimeteu em outro caso, correlato porém, ignorou o conselho de Prometeu e aceitou o presente que Zeus lhe enviou: Pandora. Pandora tinha uma caixa tudo mais....


P.S.: Em Portugal há quem diga Boceta de Pandora.

Continuando

Eu também queria ter coragem para falar tudo que eu tenho vontade de falar. Fazer tudo o que eu tenho vontade de fazer. Destruir tudo o que tenho vontade de destruir.

Sabe? Tem um quê de Prometeu na minha personalidade que tem me atrapalhado, ultimamente.

Prometeu foi acorrentado a um penhasco e todo dia vinha uma águia comer seu figado, que se regenerava durante a noite.

You little chicken

Eu queria ter coragem para escrever tudo o que eu gostaria de escrever. Não é desonestidade não. É falta de coragem mesmo. E um pouco de desfalta de responsabilidade.

Sinto muito.

quarta-feira, julho 13, 2005

Guns don't kill children, pools kill children

Se você tem um filho, uma piscina e uma arma em casa; trate cercar a piscina. A probabilidade da criança morrer afogada é 100 vezes maior.

Acabei de ler Freakonomics e tenho que dizer que o livro é muito bom. Escrito em conjunto pelo jornalista do New Yok Time Stephen J. Dubner e o futuro Nobel de Economia Steven J. Levitt. A edição brasileira ainda tem um prefácio bacana do ilustríssimo Claudio "Claudião" Haddad.

Também tenho que dizer que o cara do Times da uma estragadinha na genialidade do Levitt, mas creio que é o preço a pagar se você não tem vontade (ou conhecimento) de ler os trabalhos dele.

O livro é escrito "pros leigos", mas é também bom exercício de econometria "pros iniciados". Leia e desemburreça.

A corporate handling for your buddies

O Ibmec-SP tem como hábito passar um questionário sobre os professores duas vezes por semestre. Os questionários não servem para decidir se o professor vai ser mandado embora ou não. Servem para que os professores possam melhorar seus cursos.

Eles consistem em várias questões padrão perguntando se o professor demonstra domínio do conteúdo, disposição para ensinar, se ele procura trazer trabalhos e pesquisas recentes relacionados à disciplina, se as avaliações são bem elaboradas, etc. Contudo, a pergunta que ao meu ver é mais reveladora é a última: Você se increveria em um outro curso com esse professor?

No fundo é essa pergunta que importa. Dado que você já conhece o professor, você seria seu aluno mais uma vez? Extrapole para outras situações. Dado que você já foi atendido por esse garçom, você gostaria que ele te atendesse outra vez? Dado que você já teve fulano em seu time, você o teria em seu time de novo? Dado que você já viajou com Joe Qualquer, você viajaria com ele de novo?

E continue fazendo essas perguntas....

terça-feira, julho 12, 2005

Mais uma

- Do you expect me to talk?
- No, Mr. Bond, I expect you to die!


(007 Contra Goldfinger)

Bond, James Bond

- Training is good. But there's no substitute for experience.
- I agree. That's why we use live targets as well.

(Moscow Contra 007)
"You’re just like crosstown traffic
So hard to get through to you
Crosstown traffic
I don’t need to run over you
Crosstown traffic
All you do is slow me down
And I got better things on the other side of town"

(Jimi Hendrix)

segunda-feira, julho 11, 2005

Revelação

E tem vezes que me sinto como o punchline da piada mais patética e sem graça do universo.

Juntando as pontas

Escrevi semanas atrás sobre comportamentos grupais. Agora, acho interessante observar que justamente as pessoas envolvidas nesses comportamentos são aquelas que fazem as coisas sobre as quais os dois últimos posts se baseam.

Os fins e os meios

Pensando no último post, umas considerações sobre os fins e os meios me pareceram relevantes.

Um grande problema que não é considerado pelas pessoas em sua ações, principalmente tendo em vista a máxima "Os fins justificam os meios" , é uma noção elementar de causa e efeito. No fundo não importa se os fins justificam ou não os meios, o que não é compreendido é que os fins são causa direta dos meios. Mais simples, os meios são responsáveis pelos fins.

Mais simples ainda, não espere um jogo de boliche divertido se os jogadores estão sendo obrigados a jogar.

Memórias antigas e problemas de hoje

Me lembro de um aniversário de um primo meu anos atrás, anos mesmo. Fomos todos jogar boliche. As primeiras pistas haviam acabado de ser instaladas aqui no Brasil. Lembro que depois de duas ou três partidas eu simplesmente não tive mais vontade de jogar e disse que não queria mais jogar. Perguntaram se queria ir pra casa eu disse que ia ficar só assistindo.

De alguma maneira isso era inadmissível. Todos ficaram insistindo e insistindo, pra não dizer enchendo o saco, para que eu jogasse. Falei que não queria e me disseram algo do tipo "deixa de ser bobo e joga". Contrariado fui jogar. Foi um péssimo jogo.

Outro episódio do qual me lembro aconteceu num hotel onde estava passando as férias. Alguém chegou pra mim e disse "o pessoal vai jogar bola, quer ir?" Eu respondi que preferia ficar na piscina. Me disseram "Você é do contra."

No fundo, uma das coisas que mais odeio é ser forçado a fazer as coisas. É um desrespeito me fazer jogar boliche só porque os outros estão jogando. É um desrespeito achar que eu devo jogar bola só porque os outros vão jogar. Numa variante, é me sentir manipulado, colocado em uma situação extremamente restritiva do ponto de vista das opções da ação.

Sem dúvida, o pior é ser colocado no meio de qualquer esquema com o objetivo de ter as possibilidades de ação restritas. Como no boliche do meu primo, como em várias outras situações. Depois disso, o jogo se torna péssimo. Tudo a partir disso é péssimo.

O frisson Brodie-Pierson

Miranda pesquisava em uma das bibliotecas da Universidade de Londres. Estava trabalhando em seu título de Ph. D. em história moderna. Infelizmente, sua tese não estava na melhor das formas. Pelo visto, não existiam muitas fontes sobre tendências de moda francesas na segunda metade do século XVIII. Com uma pilha de livros na sua frente, Miranda calmamente folheava um por um. Qual não foi sua surpresa ao encontrar, num livro velho e empoeirado, de capa de couro, sobre história da psiquiatria, um pequeno trecho sobre uma tendência ocorrida da década de 1760.

“No século XVIII, Wiliiam Brodie, naturista inglês que na época tentava entender “como determinadas tribos selvagens da Polinésia tratavam de casos de ensandecimento” (diário de campo de Brodie, 17/06/1852), percebeu que algumas tribos, “mui calmas e hospitaleiras” como afirmou, tinham o costume de pendurar em protuberâncias dos corpos de seus membros pequenas argolas e adornos feitos de maderia e pedras. Intrigado, Brodie procurou saber o objetivo desse costume e anotou em seu diário: “aparentemente esses adornos são oferendas ao deus Klunk. Pelos velhos mitos das tribos, aqueles que usam tias adornos se protegem de Klunk, o deus das sombras, que age à noite fazendo as pessoas agirem fortuita e incompreensivelmente.” Brodie teve idéias.

De volta à Europa, na França, país de sua esposa, Brodie desenvolveu um método terapêutico para curar os ensandecidos. Ele se baseou em suas experiências na Polinésia para montar um tratamento baseado em adornos e penduricalhos corporais. Para tanto, se associou a um outro inglês, James Pierson, que havia se instalado em Paris anos antes para aperfeiçoar-se na fina arte da joalheria.

Juntos, desenvolveram então nos idos de 1760 o método Brodie & Pierson. Inicialmente, ele foi aplicado em alguns manicômios próximos à capital francesa, com parcos resultados. Mas isto estava para mudar. Em 1765 o filósofo Voltaire com toda sua irreverência passou a usar um Brodie & Pierson em um ponto estranho de sua orelha. Logo, todas as damas de Paris desejavam usar um. Rapidamente, os adornos passaram a ser símbolos da luta contra o antigo regime, o que desencadeou uma forte reação do governo. Por 1770, os Brodie & Pierson, como eram chamados os adornos, estavam proibidos. A reação do governo foi tão forte que à época da revolução esses penduricalhos eram tido apenas como anedotas, ou como se diria atualmente, mitos urbanos.

Alguns historiadores explicam a total ignorância em respeito a esse episódio da história moderna francesa como uma associação entre a campanha do governo absolutista francês e um caso amoroso que Pierson teve com Anne Toinette Champion, esposa de Denis Diderot. Fato tal que manteve a dupla de ingleses fora da Enciclopédia.”

domingo, julho 10, 2005

Repeteco

Cinderella, she seems so easy
"It takes one to know one," she smiles
And puts her hands in her back pockets Bette Davis style
And in comes Romeo, he's moaning
"You Belong to Me I Believe"
And someone says," You're in the wrong place, my friend
You better leave"
And the only sound that's left
After the ambulances go
Is Cinderella sweeping up
On Desolation Row
(Bob Dylan, Desolation Row)
"Tell me great hero, but please make it brief
Is there a hole for me to get sick in?"

(B. D., pra variar)

Superstição

Amar os confortos fornecidos pelo micro-ondas. Mas ficar bem longe da cozinha sempre que estiver preparando a pipoca.

sexta-feira, julho 08, 2005

And now it's cold outside

Claro que eu bem que podia ir praí. Claro que eu queria estra aí. É muito triste não estar aí. Muito triste.

"E toda vez que passa um Cadillac eu fico procurando se é você a dirigir"

E tem essa parte da sua mente que não é, de forma alguma, racionalizável. Seu modus operandi é mesquinho. Ela joga sujo. E tem o poder de te foder tão completamente....

quinta-feira, julho 07, 2005

Mórbida semelhança

Paul Revere, herói da Guerra de Independência dos EUA.


Jack Black, herói do cinema dos EUA.

Retorno no próximo cruzamento

E se eu te dissesse que encontrei uma saída para a minha situação? E se eu te dissesse que ela talvez seja a pior e mais inexecutável de todas? E se eu te dissesse que é a única que me satisfaz?

E se eu te dissesse que os indivíduos são racionais e agem da seguinte maneira:

segunda-feira, julho 04, 2005

Pequenas Ironias da Vida

Hoje à tarde, bisbilhotando a sacola da Blockbuster vi o DVD de A Lenda do Tesouro Perdido. Assisti. Horas depois fui me lembrar que hoje é quatro de julho.

Reflexões

O grande problema da paranoia está no simples fato de, mesmo no remotíssimo caso de que tudo que você esteja imaginando seja verdade, não exista nada que você possa fazer.

For better and for worse

Todas aquelas coisas que você quer dizer mas simplesmente não diz...

domingo, julho 03, 2005

Chronicles vol. 1

Estava devendo (não sei pra quem) mas as Chronicles do Dylan são ótimas. Melhores do que muitos dos livros cobrados pelo vestibular. A narrativa é muito boa, honesta. Digressiva o suficiente para espantar os desatentos, também. A habilidade com a linguagem é a mesma, senão melhor, do aquela que aqueles sábios o suficiente conhecem de suas músicas. Com uma vantagem, aliás, no livro não existe certas brumas presentes, muito propriamente, nas suas músicas.

De lambuja: elogios ao Johnny Cash.

Por mais que ele não goste disso, Dylan é o big cheese.

Jefferson promete desmascarar Dirceu em acareação

Senhoras e senhores, o combate do século dar-se-á no Congresso Nacional.

"How high is the water momma?"

Five feet high and rising. Esse disco é sensacional. Treze canções, para variar. Se você pensava que o que fazia do Matanza uma das melhores bandas atuais eram as letras, estava errado.

A memória do homem de preto está bem guardada.

sábado, julho 02, 2005

Black Math

Pelas notícias um japonês bateu o recorde de casas decimais do número "pi" decoradas. Ele decorou 83.431 casas decimais e demorou cerca da treze horas para as recitar.

Eu continuo aqui sem decorar porra nenhuma tentando encontrar um jeito de sair dessa situação indesejável. Talvez comçar a decorar casas decimais de números me ocupe o suficiente a ponto de deixar de pensar em certas coisas.

Já tenho até uma estratégia formulada. Comecerei decorando as casas decimais de 5/10, passando depois para 1/3, em seguida tentarei uma dízima periódica um pouco mais complexa. Quando estiver bem treinado parto para o "pi" ou para o "e".

quinta-feira, junho 30, 2005

Stuck in the middle with you

Eu simplesmente não consigo não gostar de você. Por mais que essa seja, talvez, minha viagem vertical. Por mais que às vezes sinta ódio e raiva incontroláveis. Por mais que eu conheça todos os seus defeitos. Por mais que existam inúmeras características suas que me deixem inconsideravelmente nervoso. Eu simplesmente não consigo não gostar de você.

Eu simplesmente não consigo não gostar de você.

O resto do mundo? Eu simplesmente não consigo gostar de você.

quarta-feira, junho 29, 2005

Teimosia

Eu continuo tentando fazer a coisa certa. E o mundo continua sendo um lugar amargo. Estamos aí.

Mundo moderno

E na comemoração da Copa das Conferderações, Galvão, o sábio, disse:

"Essa música estranha que está tocando aqui no estádio. É tecno né? Música mecânica."

Informação

"Oi. Por favor, você sabe aonde eu poderia comprar um pouco de ascese?"

Bons sonhos

Em sonho, hoje, minha consciência me fez uma visita. Ela é um tanto quanto intolerante, mas é uma entidade boa. Preocupada apenas com meus best interests.

"Puta merda, mas você se meteu em um grande problema, não?" Ela disse.
"É, sabe como é...."
"Porra, eu bem que tentei te avisar. Todo aquele tempo não foi o suficiente?" Ela continuou no ataque.
"Foi. Quer dizer... Não. Eu resolvi tentar de qualquer jeito." Eu respondi.
"Se você aprontar mais uma dessas eu me demito. Idiota." Ela disse e foi embora.

Acordei nessa hora. Não consigo mais dormir.

Assombrado por Frankl

E finalmente se acha o sentido, o sacrifício a ser feito. Mas simplesmente não existe vontade para o fazer. Como sair dessse beco?

Sacrificar-se sem vontade. Isso sim é autotranscêndencia. Sei que devo, mas não sei se consigo.

terça-feira, junho 28, 2005

Meta-Física


E ainda dizem que a economia é a dismal science.

segunda-feira, junho 27, 2005

I'm a believer

E então que, como um milagre, a caixinha de som esquerda do meu computador, quebrada há uma semana aproximadamente, volta a funcionar. Aliás, estava muito encomodado com sua falta de funcionamento. Ela é um dos meus amigos mais próximos. As hipóteses são duas:

(a) Intervênção divina, obra da providência. Milagre.
(b) Os produtos da harman/kardon são dotados de fator de cura.

A música que estava tocando? Tombstone Blues, Bob Dylan.

domingo, junho 26, 2005

A primeira e última pessoa do plural

Não existe nada mais débil do que determinados comportamentos grupais, que normalmente se apresentam em padrões. O corporativismo é, nesse sentido, o mais imbecil (e imbecilizante) dos sentimentos. As pessoas quando não sabem mais quem são (perdem o sentido, escrevendo à la Frankl) se identificam a grupos e corporações.

Não é uma questão de união ou de amizade. De relacionamentos interpessoais. É o caso de padrões grupais interferirem em ações e valores individuais. O caso do grupo moldar o comportamento de seus integrantes.

Nessas horas não se consegue enxergar o além grupo, a realidade como se coloca universalmente. Não se consegue perceber os erros. Todas as ações dos membros do grupo são bonitas, são certas. É a juventude hitlerista, aqueles idiotas dos seus tempos de escola, etc...

Não trocaria nem meus livros do Maurice Dobb por um grupo bacana.

Um pequeno pedaço da verdade

O mundo se torna um lugar amargo quando você tenta fazer as coisas certas. Inabitável, diriam alguns.

"I went out walking"

Tem vezes que desejo andarilhar por aí. Só. Algo como uma peregrinação. Talvez em um lugar onde não consiga me comunicar com as pessoas. Por mais desesperador que possa aparecer, essa situação me transmite algo de paz e tranquilidade. Um pouco de ascetismo também.

A idéia da viagem em busca de paz é recorrente. Mas penso que um cláustro me serviria. Existe algo na fómula distanciamento mais silêncio que me parece bastante atraente.

Mentally Disturbed

- Ei, quando estivermos em Chicago você vai ter 21 anos e eu ainda não. Você vai comprar cerveja pra mim!

- Eu não. Não vou comprar nada para você se embebedar.

Que a história decida qual dos dois é o pior.

sábado, junho 25, 2005

Prophet! Thing of evil - prophet still, if bird or devil! (acochambrado do E.A.P.)

O Ed sabia muitíssimo bem que esse era o pior dos corvos. Ele te espreita e espera o momento certo. E te ataca quando você está sozinho. Ele é você sozinho. E depois que vai embora, sua alma nunca mais se elevará.

sexta-feira, junho 24, 2005

Epimeteu roqueiro

Há de chegar o dia:

"Pessoal, to mandando o email pra avisar que ontem teve show do Superfonia às 23:00h, no OUTS. Espero ver vocês lá. Abraços."

Título da Postagem

Então o Blogger internacional tem uma versão em portugês. Nessa versão as pessoas não postam, ou criam posts. Elas criam postagens. Puta que pariu, postagens! Que tal entradas? Afinal, um blog e um diário. Porra, postagens?

Mas Aldo Rebelo deve estar contente. A última flor do lácio, mais inculta e menos bela, está protegida.

quinta-feira, junho 23, 2005

Autocensura

Eu queria na verdade fazer um post falando mal dos LoserManos mas tenho medo que isso torne esse blog muito parecido com o último.

Ao invés de escrever tudo que escreveria, portanto, escreverei apenas: LoserManos não presta!

Por mais que tenha aquela música que é melhorzinha. Sabe? O SKA do primeiro disco.

Paranoia

Clark Kent e o Super-Homem nunca foram vistos no mesmo lugar ao mesmo tempo. Inversamente, o que acontece quando você não consegue ver duas pessoas em lugares diferentes ao mesmo tempo?

E a ausência? O que acontece quando você não está presente? O Big Brother está olhando?

E as verdades que todos sabem e não comentam?

E o assassinato do Kennedy? O pouso na lua?

"Paranoids are not paranoid because they're paranoid, but because they keep putting themselves, fucking idiots, deliberately into paranoid situations."
(Pynchon, Gravity's Raibow)
Cinderella, she seems so easy
"It takes one to know one," she smiles
And puts her hands in her back pockets
Bette Davis style
And in comes Romeo, he's moaning
"You Belong to Me I Believe"
And someone says," You're in the wrong place, my friend
You better leave"
And the only sound that's left
After the ambulances go
Is Cinderella sweeping up
On Desolation Row
(Bob Dylan, Desolation Row)

quarta-feira, junho 22, 2005

"Não voto, sou agnóstico"

Imagino uma teocracia democrática. Em que não existem partidos políticos e sim religiões. Imagine aquele professor de geografia falando: "Nos EUA, não existe democracia de verdade, só duas religiões alternam-se no poder".

E no congresso? Existiria a bancada islâmica e a católica, por exemplo. Não raro o governo seria de uma grande aliança entre os católicos, os ortodoxos gregos e alguns protestantes - A Aliança Cristã. E quando os eleitores estiverem exercendo seu direito de voto-piada um mórmom receberia a maioria dos votos e levaria para o congresso mais uns seis ou sete deputados.

O no caso de uma vitória do partido judaico? Seria um daqueles governos sempre preocupados com a governabilidade. Pense no presidente em discurso afirmando: "Querem desestabilizar esse governo!".

Ainda quando na ocasião do governo judaico, o número de circuncisões aumentaria drasticamente. O fenômeno tem nome: adesismo.

Metáforas

Uma das minhas preferidas é império do velcro.

Ainda os idiotas latino-americanos


Trocar

Esse esquema é muito simples de ser entendido. Ele está subentendido no primeiro capítulo Da Moral em Economia, do Embaixador José Osvaldo de Meira Penna. Em um outro livro sobre o mesmo tema, Vícios Privados, Benefícios Públicos, Eduardo Giannetti diz "Pensar é simplificar as coisas". Acho que esse esquema simplifica o suficiente pras pessoas entenderem o que são ganhos de troca.

In a related story

O Monty Python também sabia da relevância do Sentido da Vida. Mas aparentemente a relação deles com os nazistas era um pouco mais amigável que a do Frankl.

terça-feira, junho 21, 2005

Sede de sentido (título devidamente roubado)

Viktor E. Frankl (em Sede de sentido) descreve o que parece ser uma neurose coletiva atual. Segundo ele, ou então um taxista da Georgia, os três sintomas básicos disso são a depressão, a agressão e a adicção (dependência de drogas).

Para Frankl, a grande causa dessa neurose é um sentimento de falta de sentido. Segundo ele, as pessoas buscam sentido para as coisas (para a vida, no limite). E quando não o acham se submetem a determinados caminhos de fuga e etc... Depois eu falo disso. O relevante é a falta de sentido.

Autotranscendência

Dê-me uma arma e munição, que lhe entrego um mundo melhor. Uma pessoa de cada vez melhor.

É uma pena que a ciência do direito ainda não seja sofisticada o suficiente para entender o conceito de assassinato por justa causa.

Tá bom, amanhã devo estar melhor.

Perfeitos idiotas latino-americanos

"A ressalva diz respeito às reivindicações da Argentina de criação de macanismos de limitação do comércio para compensar desequilíbrios entre as economias do bloco [Mercosul], que recentemente teve a adesão paraguaia."
(Valor Econômico de hoje, Lula reconhece "mal-estar" no Mercosul)

Se não existirem desequilíbrios econômicos entre as economias, os custos de oportunidade das produções dos países serão semelhantes e os ganhos de troca nulos. Basicamente a proposta da Argentina é tornar a abertura comercial desnecessária antes de a efetivar. Não é à toa que a América Latina tem o pior desempenho econômico do mundo.

Eu quero mais é que você se foda

Hoje decreto, oficialmente, o início de minhas férias. Há uma ótima combinação de frio, falta de necessidade de ir à faculdade, tédio e mau-humor. Hesitaria em fazê-lo caso não existisse essa combinação.

O semestre terminou bem. Mas ainda acho que o saldo foi negativo. Vou rolar a dívida.

segunda-feira, junho 20, 2005

Nonada

Ainda sobre Vila-Matas. Aliás, não pensem que ele um niilista, por favor. Ainda sobre começos, alguns dos meus preferidos são:

"Quando a noite caiu em pleno dia sobre Barcelona e o temporal de chuva e vento se desencadeou, Federico Mayol, que há uma semana estava à beira do abismo e naquela tarde vagabundeava, não teve outro remédio além de refugiar-se em um bar da praça Letamandi, pronunciando a palavra desespero."
(Vila-Matas, A Viagem Vertical)

"Once upon a time and a very good time it was there was a moocow coming down along the road and this moocow that was coming down along the road met a nicens little boy named baby tuckoo...."
(Joyce, A Portrait Of The Artist As A Young Man)

"One summer afternoon Mrs Oedipa Maas came home from a Tupperware party whose hostess had put perhaps too much kirsch in the fondue to find that she, Oedipa, had been named executor, or she suposed executrix, of the estate of one Pierce Inverarity, a California real estate mogul who had once lost two million dollars in his spare time but still had assets numerous and tangled enough to make the job of sorting it out more than honorary."
(Pynchon, The Crying Of Lot 49)

Assimetria

Em estatística, a assimetria de distribuições em geral são medidas pelo coeficiente de assimetria:


Coeficiente de assimetria

Se b é negativo, há assimetria negativa; se é positiva, assimetria positiva. Se b for zero, a distribuição é simétrica. Infelizmente, o coeficiente de assimetria não mede assimetria em relações humanas.

Here we go!

Começo esse diário desejando que conseguisse começar com o impacto que o Enrique Vila-Matas o faz em Bartleby e Companhia, mas não consigo. Espero apenas que esse aqui seja mais freqüente que o último.

"Nunca tive sorte com as mulheres, suporto com resignação uma penosa corcunda, meus parentes mais próximos estão todos mortos, sou um pobre solitário que trabalha em um esctitório pavoroso. De resto, sou feliz."
(Vila-Matas, Bartleby e Companhia)

O Vila-Matas vai aparecer no Brasil no início de julho. Muito bom.

De resto, Innisfree é uma palavra bonita.