domingo, julho 27, 2008

Shhh

Obi-Wan vai passar uns tempos em Tatooine e volta mais tarde.

Talvez eu fique encarcerado na polícia federal. Ouvi dizer que o lugar está ótimo para fazer networking nesses dias de hoje.

quarta-feira, julho 23, 2008

Picaretagem

Se você achava que astrologia era um monte de bobagens, dê uma olhada no horóscopo cigano.

Viu? É exatamente igual ao horóscopo normal, só que os signos mudam de nome.

Bela lógica. Eu vou fazer uma tabela periódica nova, será igual à velha, mas os elementos terão nomes diferentes. Ao invés de hidrogênio, nós teremos unipartículon e ao invés de metano, fártunon.

Putaqueopariu, horóscopo cigano!

terça-feira, julho 22, 2008

Orkut apresenta problemas, Brasil pára.

Não é pra tanto... Mas podia muito bem ser.

Perguntam se o blog morreu. Se o tivesse, estaria morto. Ocorre que não está morto... Tampouco vivo, admito. O presente estado dele é, creio eu (e como dono dessa birosca tenho todo o direito de crer), melhor descrito como undead. Undead é a condição dos zumbis, como todo ser letrado deve saber, e é bem aplicável ao blog porque os zumbis são seres de pouca movimentação que têm como objetivo consumir os cérebros dos humanos ao redor.

Mas escrevo apenas para demonstrar sinal de vida, ou melhor, de não-vida. Assim como nos seriados de TV, em que personagens saem do coma apenas para morrer depois. Mas não se preocupem: como poderia morrer um blog que nem vivo está?

"Zumbis morrem com tiros na cabeça", adverte um leitor. Caro leitor, como atirar na cabeça de um blog? Seu burro.

Então é isso. Escrevo como paliativo. E por falar em paliativos:

Líder do Engenheiros do Hawaii, Humberto Gessinger anuncia pausa do grupo

domingo, junho 22, 2008

Where computers go to die

Eu descobri que na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP há um cantinho para o qual os computadores vão para morrer. É algo como um cemitério de elefantes do século XXI. O interessante é que os elefantes são conhecidos pela boa memória. Memória, elefantes, computadores, sacaram?

Enfim, a foto é quase auto-explicativa.

domingo, junho 15, 2008

Sem título

O Bob Dylan diz que acha estranho os fãs gostarem tanto de "Blood on the Tracks", é como se eles estivessem gostando da dor. Mas Bob, é justamente por isso. Voltando ao Hopper que apareceu por aqui sem título, num cold open à moda de Lost, o negócio que faz da arte algo maior do que decoração e pintura de paredes é justamente essa capacidade dos artistas (alguns deles, ao menos) de expressar certos sentimentos comuns aos homens.

E "Blood on the Tracks" o faz de forma exemplar.



Early one mornin' the sun was shinin',
I was layin' in bed
Wond'rin' if she'd changed at all
If her hair was still red.
Her folks they said our lives together
Sure was gonna be rough
They never did like Mama's homemade dress
Papa's bankbook wasn't big enough.
And I was standin' on the side of the road
Rain fallin' on my shoes
Heading out for the East Coast
Lord knows I've paid some dues gettin' through,
Tangled up in blue.

sábado, junho 14, 2008

Enroscado no azul

Há um momento em que o coração apaixonado desiste do lirismo. E aí não há Camões que salve. De Baby, let me follow you down para todas as músicas de "Blood on the Tracks" ao mesmo tempo. Eu fico por aqui, pagando para ver o que a juventude sônica me oferece.

sexta-feira, junho 06, 2008

It's alive



Eis que Dicta&Contradicta será lançada na terça-feira próxima. Nós (eu e outros dez honrados e honestos homens) do Instituto de Formação e Educação estamos andando de um lado para o outro da sala de parto, aguardando ansiosamente que o médico avise: "É uma menina."

Dicta&Contradicta é uma revista-livro que pretende oferecer, em uma base semestral a princípio, alta cultura. Artigos densos, mas que fogem da burocracia academicista (sem, é claro, desejar desrespeitá-la).

Já no primeiro número há a última aula de Bruno Tolentino, Shakespeare, Kafka, Roger Kimball escrevendo sobre F. A. Hayek, Luiz Felipe Pondé sobre o Eclesiastes, Martim Vasques da Cunha sobre Ortega y Gasset e Julio Lemos sobre A Idéia da Universidade (de John Newman).

Há, lá pelo final, uma breve resenha de minha autoria. Espero apenas que os outros autores não se envergonhem com a minha presença.

Leiam, comprem, compareçam.

quinta-feira, maio 22, 2008

Desejos





"Eu queria ser o fantasma do Metropolitan." (Paulo Francis)

Paint it black

A página em branco é a maior ironia de todas. Que as páginas vazias fossem azuis, verdes ou pretas. Quanto ao branco, qualquer coisa que se assente nele é violação, distanciamento da plenitude. E eis o significado da escrita. Se há algo como um inconsciente coletivo dos escritores, devemos nos perguntar o que milênios de estupros de páginas em branco significam.

Tudo isso para não discutir, de novo, você, ou você, ou o que é civilização, ou paradeiros, ou o mais revolucionário de todos os sentimentos: querer o bem para os outros.

sexta-feira, maio 16, 2008

Vai por mim

O negócio do futuro é somatizar posições políticas, econômicas, sociais e ideológicas. Hoje estava eu zanzando por aí quando ouvi os berimbaus, palmas e percussões de uma roda de capoeira e, imediatamente, meu estômago começou a sentir um mal-estar.

domingo, maio 11, 2008

Crosstown traffic

E então na sexta-feira São Paulo teve o maior engarrafamento da história. Obviamente eu fui parte dele. E como essas coisas conseguem sempre ser piores para mim, eu tive a sorte de estar atrás do único motoqueiro da cidade que não estava passando pelo meio dos carros. E eu estou emocionado de ter participado de um evento histórico e blablabla.

domingo, maio 04, 2008

The next generation of the emotionally crippled

Mais um domingo musical. Ia escrever qualquer coisa sobre o The Jam mas não vou. Deixa-los-ei com um clipezinho e a letra de Running On The Spot.



I was hoping we'd make real progress -
But it seems we have lost the power
Any tiny step of advancement
Is like a raindrop falling into the ocean -
We're running on the spot - always have - always will?
We're just the next generation of the emotionally crippled.

Though we keep piling up the building blocks
The structure never seems to get any higher
Because we keep kicking out the foundations
And stand useless while our lives fall down.
I believe in life - and I believe in love
But the world in which I live in - keeps trying to prove me wrong.

Out in the pastures we call society
You can't see further than the bottom of your glass
Only young but easily shocked
You get all violent when the boat gets rocked

Just like sheep - little lambs into the slaughter
Don't fully grasp what exactly is wrong -
Truth is you never cared - still -
You get all violent when the boat gets rocked

Intelligence should be our first weapon
And stop reveling in rejection
And follow yourselves, not some ageing drain brain
Whose quite content to go on feeding you garbage
We're running on the spot - always have - always will?
We're just the next generation of the emotionally crippled.

sábado, maio 03, 2008

Já ia esquecendo

E há também uma espécie de Lei de Walras para garçons homossexuais.

Pela Lei de Walras, se em uma economia de N mercados N-1 mercados se encontram em equilíbrio, o N-ésimo mercado está também em equilíbrio.

Mas vejam só o que descobri hoje: se em um restaurante de N garçons N-1 são homossexuais, o N-ésimo garçom também é.

Creio, inclusive, que a demontração das duas leis é similar. Dêem-me tempo.


Retomando, o negócio que faz da arte uma coisa muito mais legal do que a toda a técnica envolvida na criação de móveis é aquele singelo momento em que transcendemos (nós e o artista) a limitação das nossas cabecinhas e, justamente por transcender, chegamos a um ponto comum, mais próximo da essência. Não há como não se sentir solitário junto com Hopper ou não se sentir apaixonado junto com Camões.

quinta-feira, maio 01, 2008

Grandes diálogos que não ocorrem

- É para eu te levar à sério?
- Não, é pra você me levar pra cama!

segunda-feira, abril 14, 2008

Verveces tui similes pro ientaculo mihi appositi sunt

Porque a civilização chega aos poucos, conforme os romanos chutam as bundas dos bárbaros. E, magicamente, quando chega o seu aniverário você pode tomar cerveja com seus amigos.

E a Rita Lee canta "agora só falta você, iê, iê." Falta mesmo, eu sinto saudades. E que já te latinizaram um pouco. Pagaria para ver, se não fosse a distância, ou a gastrite que me ronda como em Jaws. Com música assustadora e o cacete.

Mas os hunos estão sempre por aí, junto com os visigodos (visigods - idéia pra banda de metal). E depois das invasões bárbaras não tem Vírgilio que salve. A gente tem que apelar pra Santa Igreja.

E um prêmio para quem fizer um soneto começando com "Eu queria ser o Carlos Magno do seu coração." Mas já estamos falando de outra tribo bárbara, nesse momento.

O pessoal que manja de latim pode traduzir o título e compartilhar a descoberta nos comentários.

sábado, abril 12, 2008

Diana Krall, morre

Eis Anca Gravis, violinista da Osesp. Ela nasceu na Romênia, mas poderia ter nascido no Brasil, não carrego preconceitos. Conclusão: preciso de um lugar melhor na Sala São Paulo.


E não será a última vez

sexta-feira, abril 04, 2008

Dismal Science

"Bequests do not necessarily imply that current generations care about the welfare of future generations. Uncertainty about the time of death and the lack of annuity markets imply that many bequests are simply accidental. More somber motives, such as the desire to manipulate children's behavior, may explain requests (Berheim, Shleifer and Summers, 1985)."

(Blanchard, Olivier & Fischer, Stanley, Lectures On Macroeconomics)

domingo, março 30, 2008

That groovy cover band

Pessoal, é óbvio que nada vai ganhar da literatura nos próximos milênios. Não da para filmar a ira de Aquiles melhor do que foi descrita por Homero, com ou sem Brad Pitt. E também não vai aparecer psicólogo melhor que Machado de Assis do mesmo jeito que não há música que inspire o niilismo do Thomas Bernhard. E por mais que o Alan Moore tente, a paranóia do Thomas Pynchon não é quadrinizável. É só ler "Fear and Loathing in Las Vegas" e depois ver o filme.

Mas adentrar (invadir, às vezes) a alma é coisa as outras artes fazem com facilidade espantosa. Federer jogando tênis. Sejam elas louvadas por isso.

Por que? Porque meu humor atômico é sucscetível a esses toques, seja Bach, Edward Hopper, Sofia Coppola (WTF?) ou Rolling Stones. Porque Martin Scorcese nos guarda uma surpresa para sexta-feira (espero eu). E porque um dia escreveram: "(...) a conclusão é que o rock tem sim Sympathy for the Devil, mas tem também, e com a mesma banda, Shine a Light."



"Exile On Main St." (1972) devia ser cobrado no vestibular.

sábado, março 15, 2008

Não sei

Sério. O único período em que um intelectual (essa palávra ainda é utilizável?) podia se meter ativamente na política sem perder o respeito foi no século de Péricles. E olha que nem tanto, viu...

Tudo isso porque eu vi uma comunidade do Orkut em homenagem a um sociólogo, psicólogo e político suéco/polonês/hungaro/anão/elfo/ewok/sei lá.

Não dá né gente... No máximo ministro da fazenda ou presidente do BC. Entendam: em circunstâncias que façam o intelectual se envolver temporariamente na política. Não da pra ser um pensador de bem e político. Não mesmo. Not at all. Já tá parecendo obcessivo? Porque pega mal. Então não façamos isso, OK? Sem essa de ser senador e lançar livrinho de poesia. Ou de ser governador e culpar a elite branca/preta/jedi/wookie.

Estamos combinados?

E eu não odeio o gerundismo. Acho feio, mas não odeio. No fundo eu odeio pessoas que não sabem reger verbos de forma apropriada (entenda-se correta). E tenho dito.

E está parecendo que eu fico vomitando uns parágrafos aqui no blog. Eu chamo de estilo.

E amanhã, ou depois, ou quando me der vontade, mostrarei (com fotos) porque sou contra a difusão da cultura e das artes no Brasil. Não vai ser interessante, então não aguardem.

quinta-feira, março 13, 2008

Temporary like Achilles


Standing on your window, honey,
Yes, I've been here before.
Feeling so harmless,
I'm looking at your second door.
How come you don't send me no regards?
You know I want your lovin',
Honey, why are you so hard?


Kneeling 'neath your ceiling,
Yes, I guess I'll be here for a while.
I'm tryin' to read your portrait, but,
I'm helpless, like a rich man's child.
How come you send someone out to have me barred?
You know I want your lovin',
Honey, why are you so hard?


Like a poor fool in his prime,
Yes, I know you can hear me walk,
But is your heart made out of stone, or is it lime,
Or is it just solid rock?


Well, I rush into your hallway,
Lean against your velvet door.
I watch upon your scorpion
Who crawls across your circus floor.
Just what do you think you have to guard?
You know I want your lovin',
Honey, but you're so hard.


Achilles is in your alleyway,
He don't want me here,
He does brag.
He's pointing to the sky
And he's hungry, like a man in drag.
How come you get someone like him to be your guard?
You know I want your lovin',
Honey, but you're so hard.


(Bob Dylan)

quarta-feira, março 12, 2008

Obama, can this really be the end?

Se eu fosse o Barack (não tinha um cara no Mortal Kombat II chamado Barack?) eu apostaria a minha campanha inteira na negritude. Inteira. Os jingles, por exemplo, seriam feitos pelo Isaac Hayes: "Whose the black presidential candidate whose a sex machine for all the chicks. Barack! Damn right!" E as contribuições de campanha, pela Oprah.

E que tal ter o Samuel L. Jackson fazendo comícios com ele? "That's it! I'm through with these motherfucking republicans on this motherfucking government!" Ou então, "When I was in the Jedi Council, I wish we had Barack with us."

E não precisa ser o Mace Windu sempre, se o público for mais inteligente serve o Sidney Poitier. E se for mais burro, o Wesley Snipes.

E é óbvio que os americanos estão preparados para um presidente negro. Alguém aí precisa ser lembrado de Um pobretão na Casa Branca? É um fantástico filme, o tagline é ótimo: The only thing white is the house.

Obama, você é o melhor candidato presidencial americano democrata e negro dessas eleições.

E em letras bem pequeninihas abaixo do título eu confesso que a idéia do mesmo foi carinhosamente roubada do Warren. Verifique, leitor.

sábado, março 08, 2008

Você acredita em coincidências?

Pode ser a paranóia, o Thomas Pynchon, os dois juntos, a simples verdade, uma hipótese de trabalho, uma hipótese simplificadora (as ciências econômicas são todas baseadas nessas hipóteses), algo auto-evidente, ou mesmo alto-auto-evidente.

Mas o que ocorre é que o shuffle do iTunes tem uma relação próxima com a providência.

sexta-feira, março 07, 2008

Autocrítica, altocrítica

"Atualmente ele só posta videos do Youtube."

É. Eu não tenho criatividade. Mas você não tem a minha mente brilhante.

Quem leva melhor? "A quem tocou a melhor parte, é o que nenhum de nós pode saber, exceto a divindade." (Apologia de Sócrates, Platão, biiatch!)

Beatlemania, beatlenoia...

Vejam só, os anos 80 não pouparam nem ex-Beatles. É verdade que o Paul era o candidato natural para ser afetado pelo zeitgeist, ou zeitsenso-de-estética (alguém aí manja de alemão?), da década perdida. Porque o John não chegou a passar pelos anos 80, o George depois de toda a besteirada indiana dos anos 60 adquiriu anticorpos e o Ringo, bem, o Ringo antecipou os anos 80 em duas décadas.



"Mas ele tá falando dos Beatles logo depois de assistir ao Bob Dylan ao vivo?"

Eu gosto de viver perigosamente.

E todas as mensagens subentendidas no vídeo.

segunda-feira, março 03, 2008

Nada

Sabe, eu tento evitar ler a coluna do João Pereira Coutinho pela internet. Prefiro sujar meus dedos no papel jornal. Não é nenhum arcaismo meu. É que quando eu leio na internet, chego ao fim do texto e está escrito lá embaixo, na página da Folha, "Texto anterior: Resumo das novelas."

João (posso chamar-lhe de João?), você merece coisa melhor.

domingo, fevereiro 24, 2008

The siny guy always worries

Sabem quando as mulheres vêem bebezinhos e ficam cheias de vontade de ter filhos? Encontrei a versão nerd masculina do fenômeno.



E confesso: me deu uma vontadinha de ser pai.

sábado, fevereiro 23, 2008

E se Humpty Dumpty estivesse sentado no Muro de Berlim?

No mundo de hoje, a Guerra Fria seria terminada via scraps de Orkut. As coisas seriam mais fáceis, mas perderiamos frases bonitas:



Sempre que eu ouço esse velhinho falar a famosa frase meu coração da uma tremidinha. Conservatives have feelings too.

domingo, fevereiro 17, 2008

Whatever

Às vezes eu chego em casa depois de eventos sociais achando que o mundo é um lugar ruim. Até mesmo quando os eventos são agradaveis, e ele o foi hoje, creiam nisso. Mas então eu abri o Orkut e minha sorte é: "Aguarde para breve momentos emocionantes."

Ok, então.

domingo, fevereiro 10, 2008

Ladrem, cães, ladrem

"É um dos meus desportos favoritos: chegar ao Brasil e falar, em tom blasé, de Diogo Mainardi." (João Pereira Coutinho)



João Pereira Coutinho entrevista Diogo Mainardi e eu vou expalhar a notícia, a despeito do que possa ocorrer com minha caixa de comentários. Além de ser uma entrevista em que as perguntas são maiores que as respostas; e, vejam bem, não é o português um entrevistador daqueles prolixos, mas sim é o brasileiro a objetividade crua encarnada; ela contém muito mais de interessante. Os dois discutem o Brasil, o otimismo de Mainardi quando apostou na não-reeleição de Lula, as sátiras e o Pepe Legal. Imperdível.



"Você tem candidato favorito nas eleições americanas?
Meu preferido é John McCain. Os americanos têm o dever de ajeitar as coisas no Iraque, e o único que capaz de fazê-lo é o velhote.

Meu preferido é Obama, por causa do antiamericanismo mundial. Seria uma lição para o mundo eleger um negro.
Se eu fui demasiado otimista com o Brasil, você está sendo demasiado otimista com o mundo.

E o Brasil? Seria capaz de eleger um negro?
O Brasil seria capaz de eleger uma anta. "

sábado, fevereiro 09, 2008

De tudo um pouco

Porque é fato que Transformer é um dos maiores álbuns do rock'n'roll (rock'n'roll pois é de uma época em que o rock, esse negócio amorfo, ainda era rock'n'roll) e, não obstante esse fato, meu lado conservador (do ponto de vista estético, entendamos) acha meio estranha essa admiração por um disco tão gay.



Gay, homossexual, travesti e viado.



Ele começa, e muito bem, com "Vicious". Passa para "Andy's Chest", música que na minha opinião seria a perfeita declaração de amor pós-moderna se não fosse tão declaração-de-amor-do-Lou-Reed-para-o-Andy-Warhol, mas talvez justamente por isso seja pós-moderna. No meio do álbum temos a clássica "Walk On The Wild Side", uma canção sobre travestis ("And then he was a she / She says, hey babe, take a walk on the wild side"). Em seguida "Make Up" cujo refrão é "Now we're coming out / Out of our closets / Out on the streets / Yeah, we're coming out", QED. E depois de mais algumas canções que ofenderiam os republicanos (e alguns dos democratas, mas só alguns), o disco fecha com goodnight ladies. E, já ia me esquecendo, o nome do disco é Transformer. Transformer.



Em compensação o disco é certamente o melhor que Reed poderia fazer. Impressionantemente, ele faz algo ao mesmo tempo pessoal e reminiscente do Velvet Underground. E há David Bowie na cabine do estúdio, produzindo o álbum e na cabine de gravação, fazendo backing-vocals em "Satellite of Love" (Sate-uuuuuu of loooooooooooove!). E o rock é bom e com um nível de pureza verdadeiramente inigualável para 1972 em "Vicious", "Hangin' 'Round", "Wagon Wheel". E por mais gay que seja, a poesia em "Andy's Chest" é boa, o melhor que uma canção pop pode ser, e a sinceridade em "Satellite of Love" e em "Perfect Day" é tocante.



E muito mais. "Walk on the Wild Side" é um belo retrato de uma geração de estranhos tipos urbanos de Nova York dos 60-70, além de uma ótima canção para quando batem as quatro horas da manhã e você simplesmente está cool consigo mesmo, aproveitado o momento; tudo isso com, simultaneamente, dois baixos sendo tocados. Porque o disco leva dois baixos nessa música, um arranjo de piano e outro de violino lindos em "Perfect Day", mais piano em "New York Telephone Conversation" e uma tuba (?!) em "Goodnight Ladies".



E justamente porque "Goodnight Ladies" está provavelmente explicando uns 63% dos meus sentimentos agora deixo-os com um estranho vídeo dessa música, seguido da letra. Amanhã eu escrevo sobre como Rambo é a maior série do cinema, a fim de reafirmar o que resta da minha masculinidade.





Goodnight ladies, ladies goodnight
It's time to say goodbye
Let me tell you, now, goodnight ladies, ladies goodnight
It's time to say goodbye

Ah, all night long you've been drinking your tequilla rye
But now you've sucked your lemon peel dry
So why not get high, high, high and
Goodnight ladies, ladies goodnight

Goodnight ladies, ladies goodnight
It's time to say goodbye
Goodnight sweet ladies, all ladies goodnight
It's time to say goodbye, bye-bye

Ah, we've been together for the longest time
But now it's time to get high
Come on, let's get high, high, high
And goodnight ladies, ladies goodnight

Oh, I'm still missing my other half
Oh, it must be something I did in the past
Don't it just make you wanna laugh
It's a lonely Saturday night


Oh,nobody calls me on the telephone
I put another record on my stereo
But I'm still singing a song of you
It's a lonely Saturday night


Now, if I was an actor or a dancer that was glamorous
Then, you know, an amourus life would soon be mine
But now the tinsel light of star break
Is all that's left to applaud my heart break
And eleven o'clock I watch the network news

Oh, oh, oh, something tells me that you're really gone
You said we could be friends, but that's not what's not what I want
And, anyway, my TV-dinner's almost done
It's a lonely Saturday night
I mean to tell you, it's a lonely Saturday night
One more word, it's a lonely Saturday night

sábado, fevereiro 02, 2008

segunda-feira, janeiro 28, 2008

Happy birthday

E hoje meu brinquedo predileto faz 50 anos. Pouco tempo para gastar, deixo apenas as imagens como homenagem. Na de cima temos um tabuleiro de xadrez; na de baixo, um porta-aviões e o seu respectivo montador alemão doidão.




sexta-feira, janeiro 25, 2008

Why bother

Porque, afinal, em alguns anos o sol vai explodir e levar a Terra junto.

Eu espero lendo, como se estivesse em um consultório médico, na sala de espera.

Metáfora

O Doutor Jairo Bouer é o Professor Pasquale da genitália.

sexta-feira, janeiro 18, 2008

Incapaz de versar como os bons, proso como os toscos

Escreveria para você um acróstico se Z não fosse uma péssima letra. Ou se eu tivesse talento. Talvez conseguisse aliar os dois defeitos. Talvez escreveria se seu nome não tivesse Z, ou se ele tivesse o Z e eu o talento. Mas não culpo seus pais, colocar-te no mundo para mim já basta, não posso nunca mais reclamar deles. A não ser que você peça. Pedindo, eu faço tudo, exceto acrósticos: o Z atrapalha muito. E aquela outra coisa, que por si só já nega todas essas linhas.

segunda-feira, janeiro 14, 2008

A televisão me deixou burro, muito burro demais

E clicando no link, já ia eu imaginando, poderia ser lido: "Dirigentes pretendem acertar contratação de Carl até quarta para formar a dupla de ataque."

Mas o mundo não é legal desse jeito.

quarta-feira, janeiro 09, 2008

Lições homeopáticas de filosofia



Platão desmunheca para cima; Aristóteles, para baixo.