quinta-feira, novembro 30, 2006

Grandes encontros da humanidade

- Grécia antiga, Sócrates encontra Platão, nasce a filosofia.

- França século XVIII, Adam Smith entra em contato com as idéias dos fisiocratas, de volta à Escócia escreve a Riqueza das Nações, nasce a economia.

- Nova York, bastidores do programa de Ed Sullivan, década de 1960, os Beatles encontram Bob Dylan, o rock muda completamente.

- Las Vegas, 2006, Britney Spears encontra Paris Hilton...

segunda-feira, novembro 27, 2006

Abbey road, faixa quinze

O Tio Rei diz que não faz questão de ganhar, apenas de estar certo. Eu também. É mais uma daquelas escolhas acertadas que fazem sua vida ficar um pouco pior, que trazem preocupação.

Problemas difíceis não têm solução fácil. É impossível resolver de forma fácil um problema difícil. É o Teorema da Impossibilidade de Rato. Porque, afinal, é pelo processo de resolução que se deve resolver o problema. Os meios e os fins são coisas bem mais próximas do que se admite. Máxima olímpica:

"The essence lies in not in the victory but in the struggle."

sábado, novembro 25, 2006

Prosseguindo

Continuando com a programação normal. O fogo que meu amigo P. roubou.

É tudo muito simples, na verdade. Independentemente das sociedades das abelhas, das matilhas de lobos e do número de neurônios que têm os golfinhos. Não se pode comparar Sócrates, Platão e Aristóteles com Lassie, Flipper e Rin-tin-tin.

E por mais que saibam manipular os donos, os cães não têm consciência de sua inevitável morte. Caso contrário, não abanariam o rabo com tanta frequência. Pararei por aqui visando evitar algum insulto.

sexta-feira, novembro 24, 2006

Será?

Eu ia escrever sobre o fogo dos deuses que Prometeu roubou e entregou aos homens. E como ela sabe disso quando eu menciono Prometeu, o fogo dos deuses e os homens. Ou sobre aquela outra, a esquina da Rua Bennet com a Rua Orobó, os deuses do Olimpo e a minha cara sendo tirada. Mas me deparei com isso aqui e restaram as perguntas:

É ou não é? São ou não são? Língua?



E, logo, todos os outros assuntos ficam pra amanhã.

segunda-feira, novembro 20, 2006

Notícias

Paris + Britney - Calças = Post

quinta-feira, novembro 16, 2006

R.I.P.


Hoje morreu Milton Friedman, aos noventa e quatro anos. Liberals live longer, foi o que disse Friedrich Hayek, outro dos grandes e amigo do Uncle Milt. Que ambos descansem em paz.

"Underlying most arguments against the free market is a lack of belief in freedom itself"

terça-feira, novembro 14, 2006

Profecia

Um dia vai chover inteligência e a humanidade, sem saber o que fazer com ela, vai se afogar. Eu estou construindo minha Arca de Noé.

segunda-feira, novembro 13, 2006

Desolation Row


Cinderella, she seems so easy
"It takes one to know one," she smiles
(Bob Dylan)

domingo, novembro 12, 2006

Versalhes

O Palácio de Versalhes continua de pé. Pode-se visitá-lo viajando para Paris ou procurando cuidadosamente pela internet. As intrigas palacianas continuam provocando prazeres baixos naqueles incapazes dos prazeres altos. Os bailes e as caminhadas pelos jardins ainda existem, mutatis mutandis. As frases que são ditas na frente de todos e aquelas que só são ditas em grupos pequenos também. Os nobres não são mais os mesmos, mas continuam igualmente inúteis e despreparados para qualquer coisa que não a vida palaciana. A Revolução Francesa matou o Rei, a Rainha e desapropriou a nobreza. Capturou os primeiros enquanto estes fugiam de seus problemas indo para o exterior. Matou uns milhares deles próprios também, mas essa é outra história. Vox populi...

Porque, ao contrário do que Karl disse por aí, a história não se repete na primeira vez como tragédia e na segunda como farsa. A história se repete como uma encenação tosca das peças de Shakespeare. Os leais súditos que querem apenas usurpar o trono, os outros que enunciam contrários para pessoas diferentes, o monarca que faz planos que fatalmente dão errado, aquele correto e genuinamente leal que acaba executado por ordem do Rei.... Estão todos aí.

sábado, novembro 11, 2006

É o horário de verão

Postulado:

Afirmar que a vida não examinada não vale a pena ser vivida não implica afirmar que a vida mau examinada o seja.

Tampouco a vida mal examinada, by the way. Mas decorre que pode-se entender, ou dar alguns passos nessa direção, as pessoas na medida em que elas examinam a vida. Do exame saem as prioridades, os pensamentos e os interesses. E a partir disso entendemos as pessoas. A tese de doutorado de Marx tratou de Epicuro e Demócrito, por exemplo. E assim também entende-se as pessoas por aquilo que elas escolhem expressar. E é esse o grande problema da espiral de irrelevância. Porque, after all, o esqueminha "emissor-mensagem-meio-receptor" funciona. E também porque tratar de Epicuro é, inescapavelmente, não tratar de Platão, Aristóteles, pornografia, Lou Reed, futebol (futilbol?). Custo de oportunidade, como chamam os iniciados na ciência lúgubre.

Peço desculpas, é o horário de verão que me faz fazer essas coisas.

sexta-feira, novembro 10, 2006

Whatever

Porque eu tenho que escrever alguma coisa. Na verdade eu não tenho, mas acho que seria bom postar alguma coisa agora. Mas tá difícil, viu? O Julio Lemos faz tão melhor do que eu. E muitas vezes sobre as mesmas coisas. O que me deixa incomodado porque não faz muito tempo que eu terminei de ler O Náufrago e lá o joe se mata porque não conseguia tocar piano que nem o Glenn Gould. É verdade que colocar o Glenn Gould (e o Thomas Bernhard) no meio desse texto que eu escrevo só para escrever alguma coisa é um, humm..., disparate. Oh well... Mas ficam, enfim, mais uma vez, meus parabéns ao blog do Julio Lemos. Leia-o. Se fores intelente o apreciarás. Se não o fores não o apreciarás. Simples assim. E se vieres com "Rato, esse blog do Julio Lemos nem é tão bom assim, " receberás como resposta "Burro!" Daonde concluo que se você não quiser ser chamado de burro e, porventura, desconfiar que não vai gostar do blog do Julio Lemos, não o leia e simplesmente comente abaixo algo do tipo "Gostei." Termino com uma citação do Pynchon que, confesso, deixei passar pela primeira vez que a li, mas é muito boa e elucidativa e também com uma foto de eu, meu amigo Bretton e algumas bolas de sorvete de Guinness (a cerveja). Eu recomendo.

"But it was a neat theory, and he was in love with it. The only consolation he drew from the present chaos was that his theory managed to explain it." (Pynchon, V.)


terça-feira, novembro 07, 2006

Análise de equilíbrio

Eu fiz isso em alguma aula há algumas semanas.



Porque chega uma hora em que até a internet enche o saco.

Suzanne não é Susanne

Enquanto eu me vicio em Suzanne de Leonard Cohen ("And just when you mean to tell her / That you have no love to give her / Then she gets you on her wavelength / And she lets the river answer / That you've always been her lover") - música, aliás, embriagante, para dizer o mínimo - Dane me manda um scrap pelo Orkut contando um sonho que teve.

O sonho vai e vem e há no carro dela um frasco de remédios que eu esqueci lá: "algo tipo fluoxetina." Como o Código Jedi não tem um capítulo sobre farmacologia (OK, vou tentar falar menos do código daqui pra frente), fui procurar o que a fluoxetina faz e em quais medicamentos é possível a encotrar. Resumindo, a Dane ainda tem que me explicar porque o subconsciente dela acha que eu tomo fluoxetina e eu estou grato que não era sildenafil. Tudo isso enquanto eu me vicio em Suzanne do Leonard Cohen. Presságio?

Enquanto eu me vicio em Suzanne do Leonard Cohen, andam fazendo o que eu faço, por aí. Ou andam fazendo o que acham que eu faço, por aí. Melhor enunciado desse do que daquele jeito porque este blog não é hermético, está apenas codificado. Mas se está em um código que apenas o autor saiba, não seria por isso hermético? Não, não seria. Nada de mais, para falar a verdade.

E ai de quem comentar sobre Susanne do Weezer, ok?

sábado, novembro 04, 2006

Eu disse, eu disse

"Quando se preza pelos fundamentos – no fundo, a trilha sonora dos Flintstones – até o nonsense tem sentido. É possível brincar de Monty Python, mas não é possível ser feliz com a mentalidade de Graham Chapman ou Eric Idle. Lewis Carroll e metade dos ingleses magrelos do início do século XX são tristes, inconsolavelmente tristes. Mas eles produziram obras-primas, de longe superiores em charme ao surrealismo francês, que é todo ele pretensioso (todavia *amiable*). O espírito inglês, quando cria o sem-sentido com senso de humor, está em uma espécie de ápice, conquanto numa ressaca; mas é preciso livrar-lhe de alguns dos seus pressupostos. Só mesmo um 'místico' inteligente, no sentido chestertoniano, pode apreciar a maravilha do nonsense." (Morte pela água)


Eu disse que o blog dele era melhor que o meu.

sexta-feira, novembro 03, 2006

A modernidade

Porque o processo histórico é preparado na cozinha de Cronos. Os assistentes de Cronos são um a um escolhidos para fazer os componentes da história. Um deles é encarregado do prato principal, os fatos. Liga o fogão aquece os ingredientes, algumas mortes, guerras, invenções. Termina tudo e fala "Away chef!" E assim por diante. Cronos junta tudo no prato e faz uma vistoria antes de mandar a refeição para o cliente.

E a modernidade não foi criada de jeito diferente. Preparou-se o prato principal, as entradas, os acompanhamentos. O molho, um caldo gostoso, foi preparado pela baiana que Cronos acabara de contratar. Negra, gorda, vestida de branco, cometeu um ou dois equivocos na preparação do molho. Desconsolada, falou para o chef.

"Ih, seu Cronos, o zaitgaist desandô!"

"Não faz mal, não faz mal!"

quinta-feira, novembro 02, 2006

Zeitgeist

"When the historical process breaks down and the armies organize with their embossed debates the ensuing void which they can never consecrate, when necessity is associated with horror and freedom with boredom, then it looks good to the bar business."
(Auden, W. H., The Age of Anxiety: A Baroque Eclogue)



Os tempos são ótimos para os donos de bar. E Tatooine, lugar que vocês deviam visitar, é tão calmo. Digo,inclusive, que Tatooine está para os nerds como Innisfree está para os highbrow. Se não podem ir a nenhum desses lugares, fiquem com Glenn Gould e as Variações Goldberg. Mas não se iludam, estamos em uma guerra.

E em breve: Extinção.

quarta-feira, novembro 01, 2006

Bem aventuradas são as tartarugas

O Código Jedi, esse auto-censor, me impediu de postar acerca dos determinantes filosóficos da minha falta de interesse em fotos e imagens. Resta a dúvida de que, talvez, não o esteja interpretando corretamente. Melhor para vocês que iriam ler mais uma vez aquelas coisas chatas de matéria e espirítio, imanência e transcendência, etc. Ia escrever mais alguma coisa mas esqueci o que. Sugiro então que leiam o blog do Julio Lemos que é melhor que o meu e, certamente, que os seus. Hora do almoço.