quarta-feira, agosto 09, 2006

Conspiração

Sobre A Queda: As Últimas Horas de Hitler:

"O filme é acusado de humanizar Hitler. Afinal, mostra o führer cumprimentando a secretária e agradecendo a cozinheira. As pessoas são tão mal-educadas hoje em dia que o sujeito não pode nem mais dizer obrigado sem se tornar mais humano. Na verdade, Hitler é retratado como um louco. Vê traições em todo lugar, dá ordens a exércitos que não existem, condena Berlim à destruição e diz que o povo alemão merece a morte. Muito humano, indeed."




Ainda assim, mesmo que o filme humanizasse de fato Hitler, seria correto. Demonizar esses homens, mostrá-los como loucos só desviam do fato de que eles (Hitlers, Stalins, Mussolinis) são tão homens e tão falíveis como qualquer outro ser humano. Mas não é esse meu ponto.

E se as traições que Hitler percebia entre seus homens fossem de fato verdadeiras? Afinal, é bem provável que dentre aquela cúpula do exército alemão realmente o tivesse traindo. Já havia ocorrido antes.

Chesterton dizia que o louco é aquele que perdeu toda sua humanidade, exceto a razão, e nela se apoia firmemente. Se for dito ao louco "Você não é Napoleão," uma resposta perfeitamente racional é "É claro que você não vai admitir que eu sou Napoleão. Vocês estão todos conspirando contra mim!"

O triste é que, porventura, o louco seja mesmo Napoleão.

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