Postulado:
Afirmar que a vida não examinada não vale a pena ser vivida não implica afirmar que a vida mau examinada o seja.
Tampouco a vida mal examinada, by the way. Mas decorre que pode-se entender, ou dar alguns passos nessa direção, as pessoas na medida em que elas examinam a vida. Do exame saem as prioridades, os pensamentos e os interesses. E a partir disso entendemos as pessoas. A tese de doutorado de Marx tratou de Epicuro e Demócrito, por exemplo. E assim também entende-se as pessoas por aquilo que elas escolhem expressar. E é esse o grande problema da espiral de irrelevância. Porque, after all, o esqueminha "emissor-mensagem-meio-receptor" funciona. E também porque tratar de Epicuro é, inescapavelmente, não tratar de Platão, Aristóteles, pornografia, Lou Reed, futebol (futilbol?). Custo de oportunidade, como chamam os iniciados na ciência lúgubre.
Peço desculpas, é o horário de verão que me faz fazer essas coisas.
Um comentário:
um amigo meu ta num congresso em NY de informatica, todo pago pelo UOL (ele trampa la), e o lou reed fez um show no maldito congresso (no hotel!) e ele nao viu, preferiu sair pra assistir uma bandinha moderna tocar num club qualquer. Isso é uma parte mal/mau da vida dele que deveria ser revista. Mas enfim, o que voce quis dizer com uma vida mal/mau examinada? Voce entende as pessoas a medida que elas examinam a vida ou a medida que voce examina a vida?
Acho que compliquei.
:**
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