domingo, fevereiro 04, 2007

Quero ver quem paga

Provo que Brasil e Civilização constituem incompatibilidade lógica. O método é a reductio ad absurdum (redução ao absurdo).

Supõe-se que o Brasil é civilizado. Sendo o Brasil civilizado, a final do Brasileirão tem um mega-evento no intervalo da metade do jogo. Os times vão para o vestiário e monta-se um palco bacanão no meio do Maracanã. Seguem-se os holofotes e lasers. Fogos de artifício também. Entra o artista, a música começa. A multidão no estádio canta o refrão em coro:

- Quando Deus te desenhou, ele tava namorando.

C.Q.D.

5 comentários:

Anônimo disse...

Realmente, um show da Janet Jackson é bem melhor.

Luiz Felipe Amaral disse...

Claro que é. O equivalente brasileiro da Janet Jackson junto com o Justin Timberland é a Alcione junto com o Dado Dollabela.

But I digress.

Quer saber mesmo como seria o show do intervalo no Brazil Bowl. Seria uma espécie de Domingo Legal dentro de um estádio.

The prosecution rests.

Anônimo disse...

ahaha
tem que ter banheira do gugu também. Quem sabe rita cadillac dançando um funk.

Anônimo disse...

Justin Timberlake não se compara com a Janet Jackson, e, muito menos, com o Dado Dollabela; é outro nível.

Bom, e é claro que não tem nada mais paulista do que Domingo Legal, então passa essa bola para o Morumbi.

Pelo menos as pessoas iam chiar muito menos se uma mulher - eu quero dizer MULHER, não a Alcione - pagasse peitinho nesse show. Lá, ficou cheio de pai de família reclamando da degeneração da sociedade, enquanto batia punheta pensando na Janet Jackson no banheiro. Aliás, isso é que é civilização, não é? Separar o público e o privado como ninguém mais sabe fazer (exceto, talvez, os Japão). As câmeras de vigilância estão aí para criar um colapso nessa forma filosofia.

Luiz Felipe Amaral disse...

Existem várias coisas mais paulistas que o Domingo Legal. Cito três: a Galeria do Rock, o Supla e o Adoniram Barbosa.

E é justamente a impossibilidade de comparação entre o Justin Timberwolves, a Janette Jackson, o Dado Dollabella (ou Dolabela, ou Dolabella, ou Dollabela) e a Alcione que prova minha tese.
É parte do absurdo presente na redução ao absurdo. Nossa, ainda bem que você concorda comigo!

Sobre a separação entre público e privado. Bem, é verdade que ela é um dos constituintes da civilização. Junto com uma unidade especial e atributos do tipo "20% de bônus na costrução de castelos".