Porque
esse laissez-faire é na verdade uma posição moral. Ele parte da premissa que cada um é responsável pelos seus próprios atos e livre para decidir e fazer (desde que não preudique diratamente um outro.... mas eu não preciso explicar isso pra vocês, correto?). O fato é que a parte do "Não dá pra viver tentando fazer os outros verem que tão
errando" é uma questão periférica, o que nos concede muitas vezes uma quantidade desaconcelhável de problemas e inquietações.
Porque, ao contrário daquela menina bonitinha mas ordinária que seu amigo namorou por três anos (um de sexo e dois de tentativas de terminar a relação), essa posição não é nada fácil. Ela está bem longe da resignação. Se você é do tipo de pessoa que tem o cérebro e os colhões (ou os equivalentes metafórico-anatômicos femininos) para entender esse posicionamento e o levar adiante, você é do tipo de pessoa que percebe, na maioria das vezes, exatamente no que estão as pessoas errando. É ouvir uma frase, é olhar para um prato de comida ou um copo de bebida, é receber um convite para ir ao cinema em um daqueles horários as pessoas que acertam não vão ao cinema. Enfim, você percebe o erro e, moralmente, não se permite agir para o corrigir. No máximo tenta uma conversa que, de antemão, sabe que tem grandes chances de terminar não muito bem.
Se engana quem acha tal posicionamento confortável. Não há nada mais angustiante. E muita "esperança" (pra não usar aquela outra palavra que espanta a moçadinha nos dias de hoje) é necessária.
Agora, com licença, vou votar.